Série nacional situada em um futuro distópico, 3% retorna ao serviço de streaming Netflix para sua terceira temporada, na qual acompanhamos uma trama repleta de inquietações sociais e reviravoltas políticas. Composta por 8 episódios de 45 minutos, a atração se concentra na Concha, uma próspera comunidade onde todos são bem-vindos, que surge como alternativa ao elitismo do Maralto e à miséria do Continente.
Do showrunner Pedro Aguilera (Historietas Assombradas), 3% apresenta Michele (Bianca Comparato, de A Menina Sem Qualidades) como líder comunitária, guiando os habitantes da Concha a uma merecida rotina pacífica e colaborativa. Porém, quando uma tempestade de areia causa estragos no suprimento de água e comida do local, a falta de recursos faz os ânimos se acirrarem e um novo Processo é implementado.
Rotacionando o protagonismo, o seriado em alguns momentos tira o foco de Michele, para desenvolver os arcos de Joana (Vaneza Oliveira, de Carcereiros), indignada com as injustiças causadas pelos processos de seleção, e de Rafael (Rodolfo Valente, de Sítio do Picapau Amarelo), em participação decisiva para o enredo. Enquanto isso, Glória (Cynthia Senek, de Malhação) e Marco (Rafael Lozano, de Marighella) são tentados pelas propostas do Maralto.
Em um jogo de poder e interesses, personagens como a cientista Elisa (Thais Lago, de Quero Ter 1 Milhão de Amigos) e Marcela (Laila Garin, de Chacrinha: O Velho Guerreiro) são vistos buscando parcerias arriscadas. Para evitar spoilers, é importante destacar como a narrativa desenvolve uma crítica social à desigualdade, como cria um cenário político, onde alianças são criadas apenas no intuito de espionar e enfraquecer adversários.
Enquanto se prepara para o ápice, a 3ª temporada de 3% vem carregada de mensagens sobre a força da coletividade – apesar dos diálogos com pouca profundidade –, e elogiável qualidade da produção, desde os seus figurinos futuristas até os belos cenários áridos (filmados em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte).