Eles já viajaram ao passado e futuro, visitaram céu e inferno… e tudo isso entre 1980 e 1990! Porém, a sensação que se tinha era que a saga de Bill (Alex Winter, de Os Garotos Perdidos) e Ted (Keanu Reeves, de John Wick 3 – Parabellum) merecia um final apropriado, o que nunca houve – até agora. No dia 5 de novembro, chegou aos cinemas brasileiros a conclusão da trilogia Bill & Ted: Encare a Música (Bill & Ted Face the Music, EUA/Canadá/Itália, 2020).
Depois dos acontecimentos de Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica (1989) e Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo (1991), a dupla de bobalhões retorna às telonas sendo confrontada pelo fracasso na missão de escrever a música que iria unir o mundo. Contudo, agora, a falta de inspiração dos protagonistas está causando um racha na linha do tempo, desordem essa que começa a trocar de lugar (e período) figuras importantes na histórica da humanidade.
Por conta disso, na história dirigida por Dean Parisot (As Loucuras de Dick & Jane) e roteirizada por Chris Matheson e Ed Solomon (os criadores da franquia Bil & Ted), entidades de 2720 dão aos músicos algumas horas para produzirem a canção que juntará o planeta e salvará a realidade de um colapso sem precedentes – e colocam um robô em sua cola, o Dennis Caleb McCoy (Anthony Carrigan, de Gotham), para pulverizá-los caso falhem com a difícil tarefa.
Embora o foco esteja nos protagonistas, o longa é marcado por uma passagem de bastão para as novas gerações, isto é, Thea (Samara Weaving, de A Babá) e Billie (Brigette Lundy-Paine, de Atypical), as filhas de Bill e Ted, respectivamente. São as meninas, com sua devoção pela música, que acabam levando a sério a jornada incumbida a seus pais. Para isso, elas viajam pelo tempo recrutando os maiores astros da música de todos os tempos.
Feita para quem curtiu os títulos anteriores, a produção abraça o tom paspalhão original, incorporado pelos veteranos e novatas, que trazem atuação propositalmente caricatas para se manter fiel à essência da comédia oitentista. Aliás, Bill & Ted: Encare a Música aproveita sua curta duração de 1h35 para ainda olhar suas raízes e prestar homenagens. Assim, temos participação da Morte (William Sadler, retornando ao papel) e do rapper Kid Cudi como o alien Station.
Bobo e carismático, o lançamento não chega para competir com blockbusters, mas vale para os fãs que desejam matar a saudade dos aventureiros temporais mais atrapalhados do cinema.
