No Natal de 1993 foi lançado Batman: A Máscara do Fantasma. Com ótima trama de mistério e suspense, o filme pegou carona no sucesso da série animada do Morcego e viria a ser o primeiro de uma longa lista de filmes animados da DC para home vídeo. Após quase 30 anos, o roteirista Tom King traz alguns elementos do título em Batman & Mulher-Gato, minissérie que a Panini publica em 3 volumes pelo selo DC Black Label.
Na trama, acompanhamos Bruce Wayne e Selina Kyle tentando fazer seu relacionamento funcionar para suas duas vidas: com e sem a máscara. Contudo, o aparecimento de Andrea Beaumont, antigo amor de Bruce, procurando seu filho, abala a dinâmica dos dois, uma vez que o Coringa parece estar envolvido com o sumiço do rapaz.
Como era de se esperar, as coisas escalam muito rápido e quando o nome do Palhaço do Crime vem à tona, Wayne precisa lidar com a volta do inimigo do longa de 1993, que investe em uma missão de vingança contra o submundo da cidade, caçando os capangas do Coringa para chegar até ele.
Dupla dinâmica?
Enquanto tenta impedir o tipo de justiça que não tolera em sua cidade, Batman precisa lidar com a nova variável que é ter Selina nos dois lados de sua vida. Ela é sua parceira, mas não é um Robin, esperando suas ordens. Outro ponto é o quanto essa investigação vai colocar sua confiança nela à prova e como esse caso pode custar caro para o relacionamento dos dois.
Ela, por sua vez, se sente perdendo a identidade com o romance. Afinal, toda a bagagem e os laços com criminosos feitos pela Mulher-Gato no decorrer dos anos não são algo simples para se esquecer ou desfazer. Algo que vai colocá-la em uma sinuca com muitas mentiras e decisões difíceis.
Presente e futuro
O roteiro de King coloca o leitor para acompanhar a dinâmica do casal por outro ponto de vista. Intercalando a história principal, temos uma trama sobre o assassinato do Coringa, no futuro. Quem investiga é Helena Kyle, filha de Bruce e Selina, que veste o manto do pai para trabalhar junto à polícia de Gotham e a um veterano Dick Grayson, nomeado comissário.
E ainda que a morte do palhaço não seja um mistério dessa outra linha do tempo, a relação da família Wayne-Kyle com o vilão é o ponto central, mostrando que esse laço não é algo fácil de se desfazer com o tempo.
Aliás, Batman & Mulher-Gato merece destaque também pelos desenhos de Clay Mann e as cores de Tomeu Morey. Detalhados, eles ajudam o leitor a identificar as épocas diferentes das passagens da história em pontos sutis, como as diferenças nos uniformes dos heróis ao longo dos anos.
Homenagem a outras mídias
Batman & Mulher-Gato vem como homenagem ao universo do Morcego em outras mídias. Tanto os ótimos desenho da TV e o longa A Máscara do Fantasma (ambos na HBO Max) quanto a série Birds of Prey (2002-2003), que trazia as aventuras de Helena Kyle como Caçadora e foi relembrada recentemente no crossover Crise nas Infinitas Terras (saiba mais).
Além disso, o gibi é um presente aos fãs que sempre quiseram ver a dinâmica do Cavaleiro das Trevas e da Ladra Felina explorada ao nível maduro que o selo Black Label pode oferecer.
