Assassinos da Lua das Flores: sensibilidade em história necessária

Assassinos da Lua das Flores: sensibilidade em história necessária
Apple Original Films

Toda vez que Martin Scorsese põe as mãos em um projeto, o mundo do cinema para e volta seus olhos e Assassinos da Lua das Flores (“Killers of the Flower Moon”) não poderia ser diferente. O filme chega nos cinemas do Brasil a partir de quinta-feira (19), em parceria com a Paramount Pictures, antes de sua estreia no Apple TV+. Estrelado por Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone, o longa fez sua estreia no começo do ano no 76º Festival de Cinema de Cannes, onde foi elogiado pela crítica e ovacionado pela plateia.

Dirigido por Scorsese e com roteiro de Eric Roth e Scorsese, baseado no livro bestseller homônimo de David Grann, “Assassinos da Lua das Flores” é ambientado em Oklahoma nos anos 1920. O filme retrata o assassinato em série de integrantes da nação indígena Osage, que se destacou no início do século XX por terem acesso a poços de petróleo em seus territórios, em uma série de crimes brutais, que veio a ser conhecida como o “Reinado do Terror”.

O desenvolvimento do filme se iniciou em março de 2016, quando a Imperative Entertainment ganhou os direitos de adaptação cinematográfica do romance. Após vários atrasos devido à pandemia de covid-19, as filmagens iniciaram no Condado de Osage e no Condado de Washington em 2021. Produzido pela Sikelia Productions, produtora de Scorsese e Appian Way Productions de DiCaprio seu orçamento é de cerca de US$ 200 milhões, supostamente maior quantia já gasta em uma obra filmada em Oklahoma.

Vem forte na temporada de premiações

A história do filme começa apresentando a chegada de Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio) à Oklahoma, lugar onde vive o povo Osage. Originários dos Estados Unidos, o filme mostra uma breve passagem  sobre a sua realocação na região de Oklahoma e uma menção à grande descoberta do petróleo no local. Auxiliado por seu tio, William Hale (Robert De Niro), o ex-servidor do exército norte-americano, Ernest passa a fazer o necessário para conquistar Mollie (Lily Gladstone) e se tornar herdeiro dos indígenas.

No primeiro ato do longa-metragem, Scorsese aproveita para se aprofundar na cultura e forma de vida dos Osage, antes excluídos de suas origens. O diretor usa em tela a atuação de Gladstone, que conduz a trama expressando toda a resistência, serenidade e frieza pela qual o seu povo passa no momento. E do outro lado, está o Ernest de DiCaprio. Brilhante em cena, consegue ser vilão e vítima ao mesmo tempo, causando sensações mistas por grande parte do tempo.

A relação entre marido e mulher é o fio condutor desta trama de ganância. Além deles, o grande vilão da história, vivido por De Niro, trabalha bem a proposta de ser intragável, em um dos melhores trabalhos de sua carreira. Ao fim do filme, a longa duração, que provavelmente vai afastar alguns, justifica cada segundo de tela e que, por opção do diretor, presta uma emocionante homenagem às radionovelas. O fato é que o título é extremamente necessário, é um trabalho impecável que te causa sensações e mexe com sentimentos.

Next Post

BGS 2023: testamos Assassin's Creed: Mirage

Durante a BGS 2023, tivemos a oportunidade de testar o novo game da franquia dos assassinos, Assassin’s Creed: Mirage. A história volta às suas origens ao revisitar o Oriente Médio, onde tudo começou com a história de Altair. Iniciação à Irmandade Sendo assim, dessa vez se passando em Bagdá, o […]
BGS 2023: testamos Assassin’s Creed: Mirage