“Animais Fantásticos 3” é bonito, mas não surpreende

Isabelly Lima
Animais Fantásticos: O Segredos de Dumbledore é bonito, mas não surpreende

Voltar ao mundo mágico criado por J. K. Rowling é sempre uma grande aventura. E, depois de 4 anos, esse retorno acontece com Animais Fantásticos: O Segredos de Dumbledore, produção da Warner Bros. Pictures dirigida por David Yates, que estreia nos cinemas em 14/4. A terceira parte da franquia retoma as amarras encaminhadas pelo filme anterior, trazendo os protagonistas Newt Scamander (Eddie Redmayne), Jacob Kowalski (Dan Floger) e Alvo Dumbledore (Jude Law), além dos vilões Grindelwald (Mads Mikkelsen, no lugar de Johnny Depp) e Credence (Ezra Miller).

A história acompanha Newt em sua trajetória para salvar o mundo bruxo e o mundo trouxa das mãos de Grindelwald, que pretende criar guerra entre ambos, por acreditar que os bruxos são superiores. Para evitar o conflito, o grupo sai em uma expedição para impedir que o mal vença com a eleição de Grindelwald como ministro da magia – ele concorre após ter seus crimes absolvidos. O filme visita lugares icônicos como a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, oferecendo momentos nostálgicos.

Novos rostos

Depois de muitas polêmicas envolvendo Johnny Depp e Ezra Miller, muito se cogitava sobre o destino de Grindelwald, mas Mikkelsen entrega uma atuação impecável, sombria e profunda para o personagem. Claro que é uma abordagem diferente, em que o vilão tem um ar cruel mais “realista”, num estilo similar ao da série Peaky Blinders, diferente da atuação caricata de Depp.

Além dele, temos novos personagens na franquia, como Bunty (Victoria Yeates, de Chame a Parteira), que é fundamental para o desenrolar da trama. Já a representante brasileira, Vicência Santos (Maria Fernanda Cândido, de A Força do Querer), aparece como a candidata favorita ao cargo máximo do Ministério da Magia. Os fãs vão vibrar com a menção ao Brasil, mas a personagem não tem mais que 2 falas, o que acaba frustrando quem esperava por esse momento, ainda que a presença dela tenha sido repleta de elegância e maestria.

No entanto, outra figura que os fãs sentirão é Tina Goldstein (Katherine Waterston), em uma mera aparição no final e com pouquíssimas falas. Acredita-se que isso ocorreu após a atriz e J. K. Rowling terem trocados farpas nas redes sociais por conta de algumas opiniões da autora. Nagini (Claudia Kim) também não apareceu, ainda que seja uma personagem importante. Será ela uma carta na manga para uma próxima?

A imersão no mundo mágico

O filme apresenta uma beleza estonteante, com efeitos visuais que criam, de fato, um novo universo, cheio de magia e possibilidades, com cenas de duelos bem ensaiadas e construídas. A equipe de design de produção merece aplausos, já que todo o cenário é desenvolvido de forma a inserir o público numa época passada. O figurino é outro detalhe que faz a história ficar mais envolvente e bela. Contudo, enquanto a parte visual é de extrema delicadeza, o roteiro possui falhas. O enredo não é tão explorado, privando os personagens de um desenvolvimento além do que já se esperava.

O primeiro título segue uma linha mágica em si, é leve e se insere no mundo de Harry Potter, enquanto o segundo trouxe obscuridade elevada, sendo uma surpresa por se distinguir do antecessor. No terceiro, a diferença é mais evidente, já que a obra tenta buscar referências do longa inicial, o que corta totalmente a linha de raciocínio que havia sido entregue ao público anteriormente.

Caso tenha sequência, é possível que a produção decida que rumo a trama seguirá, se tentará ser mais doce ou adulta. Vale lembrar que Harry Potter, a partir do 5º filme, tomou um rumo diferente do encanto infantil que iniciara. Se é isso que Animais Fantásticos procura, o terceiro filme poderia ter sido um pouco diferente.

Mas, para quem é fã da aventura de Newt e suas criaturas incrivelmente fofas, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore continua simpático o bastante para agradar – apesar de não explicar realmente quais são esses tais segredos.

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