“AIR” mistifica o marketing esportivo

“AIR” mistifica o marketing esportivo

Do premiado diretor Ben Affleck (Argo) e estrelado por Matt Damon (Perdido em Marte), o drama AIR – A História Por Trás do Logo revela a parceria entre o então novato Michael Jordan e a divisão de basquete da Nike, que revolucionou o mundo dos esportes e da cultura – com a marca Air Jordan. A convite da Warner Bros. Pictures, assistimos em primeira mão ao filme que estreia nos cinemas brasileiros em 5 de abril.

Criado a partir de um roteiro de Alex Convery, “AIR” é estrelado Jason Bateman, Chris Messina, Marlon Wayans, Chris Tucker e Viola Davis (além do próprio Affleck) e traz uma história que segue a aposta de definição de carreira de uma equipe não convencional com tudo em jogo, a visão de uma mãe que sabe o valor do imenso talento de seu filho e o fenômeno do basquete que se tornaria o maior de todos os tempos.

Nesse sentido, Affleck trata Jordan e o tênis que leva seu nome, como lendas em construção durante os eventos que o filme narra. O jogador de basquete sequer havia estreado pelo Chicago Bulls, e o longa o trata como uma presença pairando acima de tudo, sempre deixando-o como uma figura inatingível para o espectador, até porque o atleta praticamente não aparece. O jogador dá as caras somente nas imagens reais, de arquivo. Quando precisou estar em cena, foi interpretado por um dublê (Damian Young), com uma fala, e por telefone: “Alô?”. Contar a história de Michael Jordan sem Jordan é, talvez, um dos pontos mais curiosos do longa.

A condução até o momento em que casamento é selado é cadenciada, cheia de altos e baixos, como qualquer jogo de um esporte coletivo. Os executivos aqui assumem o posto de protagonismo normalmente reservado aos atletas. O foco é em Sonny Vacaro (Damon), especialista convencido de que o talento de Jordan vale o investimento de todo o dinheiro de marketing da divisão da empresa. Desacreditado, Vaccaro age de forma impulsiva em busca deste patrocínio, em um processo de convencimento que vai desde seus colegas de equipe, Rob (Jason Bateman) e Howard (Chris Tucker), ao exótico presidente da Nike, Phil Knight (Affleck), até a mãe do jogador (Viola Davis).

Embora a edição e o roteiro cuidam de dar os contornos místicos à história, o foco acaba ficando com o próprio Vaccaro e tem seus momentos de brilho nos monólogos de Matt Damon. Dos papéis coadjuvantes, com um claro destaque para Davis, e até mesmo para nomes menos conhecidos, como Messina, que interpreta o agente de MJ. Porém, nada disso funcionaria sem o elenco estelar reunido para este filme que deve figurar entre os nomes do Oscar em 2024.

Influência de Jordan

Embora não esteja diretamente envolvido com o filme, Michael Jordan se encontrou com Ben Affleck antes do início da produção e deu sua aprovação ao projeto, assim como indicou a escalação de Viola Davis como intérprete de sua mãe. Jordan também solicitou que Howard White, vice-presidente da Jordan Brand, da Nike, e seu amigo pessoal, fosse incluído no filme. Isso levou a escalar Chris Tucker, com quem Affleck desejava trabalhar junto há muito tempo.

Trilha sonora marcante

Vale destacar a ótima ambientação dos anos 1980, dos figurinos passando pela trilha sonora que começa com “Money For Nothing“, de Dire Straits, e também é embalada por “Time After Time“, de Cindy Lauper, e “Born in the USA“, de Bruce Springsteen, entre outros artistas.

Next Post

Rio2C 2023 anuncia destaques da programação

O consolidado e cada vez mais abrangente Rio2C apresenta este ano um panorama dos temas mais relevantes à indústria criativa, por alguns dos principais nomes de seus respectivos mercados. O encontro de criatividade ocupa novamente todo o complexo da Cidade das Artes, de 11 a 16 de abril, com painéis, workshops, […]
Rio2C 2023 anuncia destaques da programação