Criticada por se aproximar demais das histórias do Batman, Arrow, em sua quarta temporada, buscou retratar do herói encapuzado como ele é visto nos gibis, tanto que seu primeiro episódio foi intitulado Green Arrow (“Arqueiro Verde”, em tradução do inglês). Entretanto, a série não teve êxito em mudar a personalidade de Oliver Queen (Stephen Amell, de As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras) para algo mais otimista e descontraído, não conseguiu manter sua (inédita) trama sobrenatural interessante e seguiu por caminhos que podem dificultar a sequência do programa. Com isso, os melhores momentos de Arrow foram os crossovers com Constantine, DC’s Legends of Tomorrow e Vixen.
Nestes 23 episódios, Star City (a cidade deixou de ser chamada de “Starling City”) é invadida pela irmandade de criminosos “Colmeia”, cujo líder é o vilão Damien Darhk (Neal McDonough, de Capitão América: O Primeiro Vingador) – dotado de poderes místicos. Diferente de tudo o que haviam enfrentado nos capítulos anteriores, a ameaça coloca Oliver Queen e companhia diante de uma jornada promissora, mas que perde força, torna-se arrastada e repetitiva, pois, no fim das contas, Darhk planeja apenas uma versão expandida do “Empreendimento”.
Entre altos e baixos, a 4ª temporada de Arrow acerta na introdução de Anarquia/Lonnie Machin (Alexander Calvert, de The Returned), realiza a despedida oficial de Roy Harper /Arsenal (Colton Haynes, de Teen Wolf) e também traz Brie Larvan/Bug-Eyed Bandit (Emily Kinney, a Beth, de The Walking Dead), a vilã que possibilitou um crossover na primeira temporada de The Flash. Além disso, com o misticismo adicionado à trama, os flashbacks de Oliver na ilha de Lian Yu revivem seu confronto com Barão Blitzkrieg (Jimmy Akingbola, de Rev.), numa saga sombria que poderia ser a principal.
Contudo, a série não perde uma de suas maiores virtudes: trabalhar com diversos heróis. Assim, junto ao Arqueiro, Arrow escala a Canário Negro/Laurel Lance (Katie Cassidy, de Supernatural), Espartano/John Diggle (David Ramsey, de Dexter) e Speedy/Thea Queen (Willa Holland, de Gossip Girl), e dá a Felicity Smoak (Emily Bett Rickards, de Brooklyn) o codinome de “Overwatch”. O auge disso está no capítulo Legends of Yesterday, quando os times Arrow e Flash ajudam a Mulher-Gavião (Ciara Renée, de Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais) e o Gavião Negro (Falk Hentschel, de O Ataque) na luta contra Vandal Savage (Casper Crump, de A Lenda de Tarzan).
Caindo no mesmo erro da Marvel, Arrow se atrapalha na construção de Damien Darhk, enchendo suas cenas de piadas (muitas delas sem efeito) sem se aprofundar nas raízes do antagonista, o que faz de sua presença algo superficial. Mencionados nas temporadas anteriores, Noah Kuttler/Calculator (Tom Amandes, de Everwood) e Andy (Eugene Byrd, de Bones), respectivamente, o pai de Felicity e o irmão de John Diggle, sofrem com o problema semelhante, pois, ambos são apresentados e pouco aproveitados.
Frente a lamentável morte da Canário Negro (a personagem demonstrava grande evolução), em Eleven-Fifty-Nine, o programa indica substituí-la por uma nova super-heroína, introduzida em Canary Cry, e ainda transformar Curtis Holt (Echo Kellum, de Hot in Cleveland) no Senhor Incrível.
Em queda livre, Arrow dá sinais de que não se sustenta sozinha, uma vez que o crossover com Constantine (Matt Ryan, estrela da série de Constantine), em Haunted, e o surgimento de Vixen (Megalyn Echikunwoke, de The 4400), em Taken (capítulo que lembra os filmes Busca Implacável), foram os pontos altos da temporada e a salvaram do fracasso geral.