3ª temporada de Star Trek: Discovery consolida série como futuro da franquia

Carlos Bazela
3ª temporada de Star Trek: Discovery consolida série como futuro da franquia

Com um começo frenético, a 3ª temporada de Star Trek: Discovery já com todos os episódios disponíveis na Netflix, mostrando as consequências imediatas do salto temporal de Michael Burnham (Sonequa Martin-Green, de The Walking Dead) com o traje protótipo criado por sua mãe biológica. O resultado? A comandante é arremessada mais de 900 anos no futuro e torce para que sua tripulação também consiga avançar no tempo com a Discovery.

É nesse contexto que ela conhece Cleveland Book (David Ajala, de Nightflyers), um transportador de cargas, e sua gata, Rancor. Não demora para que os dois formem um laço e a moça veja na vida de courier e na parceria com ele um descanso – com doses de adrenalina – merecidos depois de salvar o universo com a nave da federação (cuja chegada ao futuro é uma incógnita).

Mas, o reencontro acontece e cabe agora a ela ao lado de outros membros importantes da tripulação da Discovery, como o capitão Saru (Doug Jones, de A Forma da Água), a alferes Silvia Tilly (Mary Wiseman, de Longmire), Philippa Georgiou (Michelle Yeoh, de O Tigre e o Dragão) ir em busca da Federação, praticamente dissolvida depois de diversos conflitos intergalácticos. O motivo? Um fenômeno conhecido apenas como “A Combustão”, que fez o dilítio, combustível utilizado nos motores de dobra, ficar instantaneamente instável e explodir em milhões de naves por todo o universo.

Assim, o motor de esporos da Discovery passa a ser estratégico para a reunificação do espaço, uma vez que não precisa do dilítio para cobrir grandes distâncias. O que coloca a nave e sua tripulação sob os desmandos do almirante Charles Vance (Oded Fher, de Resident Evil), o novo comandante do grupo, e também na mira da Corrente Esmeralda, sindicato criminoso liderado por Osyraa (Janet Kidder, de O Homem do Castelo Alto), que busca concentrar todas as reservas existentes de dilítio sob seu poder. Usando todos os meios necessários para isso.

Novos rumos, mesma essência

Se os caminhos adotados pelo terceiro ano de Star Trek: Discovery são totalmente novos, a série acerta em colocar o espectador a bordo da nave para descobrir o que mudou no universo da série nesses mais de 900 anos. Quais novas tecnologias surgiram e como isso pode ser incorporado na embarcação protótipo da Federação.

Aliás, vale dizer que a Discovery recebe uma bem-vinda repaginada, condizente com sua nova ambientação. Com isso, passa a fazer mais sentido também algumas tecnologias já presentes na nave que a deixavam um pouco desconexa da cronologia da franquia, uma vez que a série começa dez anos antes da Star Trek original, de 1966, e um século antes de A Nova Geração e Deep Space Nine.

Se em matéria de tempo a nova temporada serviu para colocar a nave no lugar certo, em essência, os episódios conservam o que a série faz de melhor desde o primeiro ano: o foco nos personagens. Discovery segue trazendo diversidade étnica e representatividade para frente das câmeras, como podemos ver com Adira (Blu del Barrio, estreante), personagem não binário e talento da engenharia, que acaba sendo praticamente adotada pelo casal Paul Staments (Anthony Rapp, de 13 Reasons Why) e Hugh Culber (Wilson Cruz, de Minha Vida de Cão), reiterando que o futuro da humanidade enquanto espécie é inclusivo.

Também temos a chance de conhecer melhor personagens como as tenentes Keyla Detmer (Emily Coutts, de A Colina Escarlate) e Joann Owosekun (Oyin Oladejo, de Endlings), mostrando que em um contexto amplo como o de Star Trek, todos podem ter sua chance de brilhar. Ao mesmo tempo que caras já consagradas parecem mais à vontade em seus papéis, como a própria Burnham.

Resgate da série original

A temporada 3 ainda se destaca pela forma como termina. Além de fechar o arco principal, abre um leque imenso de possibilidades, que pode trazer, inclusive, alguns preceitos da série original, como descobrir novas civilizações, resgatando mais das mitologias que a franquia construiu ao longo de todas as séries e filmes já feitos nesse contexto de futuro pós-combustão. 

A verdade é que seja qual for o caminho que escolher no – já confirmado – quarto ano, Star Trek: Discovery está audaciosamente se tornando a melhor série da franquia.

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