Wendel Bezerra comenta sobre inteligência artificial

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Wendel Bezerra comenta sobre inteligência artificial
Foto: @jjotave.sl

Presença já habitual no Sana há alguns anos, o dublador Wendel Bezerra mais uma vez compareceu ao evento e, entre algumas, apresentações abertas ao público, a consagrada voz brasileira do Goku concedeu uma coletiva. O momento trouxe à tona alguns assuntos quentes no meio da dublagem, com ênfase para algumas polêmicas recentes sobre o “português neutro” e a dublagem por inteligência artificial (IA).

Quando perguntado sobre as dicas que poderia dar para quem está iniciando no campo da dublagem, Wendel evidenciou:

“Tem sempre que se especializar como ator e fazer o máximo que você conseguir. Uma coisa boa desse advento de inteligência artificial se aproximando da dublagem, é que quanto melhor você faz seu trabalho, mais difícil é de você ser substituído.”

“Isso pode ajudar os dubladores a atingirem cada vez mais uma excelência. Tanto na tradução, quanto na adaptação, quanto na interpretação […] aprenda muito para quando chegar sua mínima chance você conseguir ser um elemento diferenciado. Porque se você pode ser substituído por uma máquina, alguma coisa está errada”, concluiu.

Além de apontar que não teme uma possível ameaça por parte das IA, frisou que sua perspectiva vai bem pelo contrário. Ele vê a tecnologia como um excelente suporte e estímulo para os dubladores otimizarem o próprio trabalho. Ainda assim, Wendel Bezerra acredita que é necessário haver uma regulamentação entre as associações mundiais de artistas de voz para que tanto os atores quanto as empresas fiquem protegidos.

Em dado momento foi perguntado sobre a centralização dos estúdios de dublagem nos polos Rio de Janeiro e São Paulo, Wendel trouxe a pauta da neutralização do sotaque. Segundo ele, o sotaque neutro deve ser aplicado a toda e qualquer região para que não gere nenhum estranhamento por parte do público geral, ou seja, para que o modo de falar não se sobreponha aos aspectos mais importantes de uma produção.

“O paulista muito carregado é ruim para o resto do país ouvir, assim como o carioca muito ‘chiado’. O ideal é que a gente consiga neutralizar os sotaques para você não regionalizar demais o trabalho. A gente tem que pensar que as cinco regiões vão assistir. Quanto mais neutro é melhor para a audiência como um todo”.

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