A notícia do encerramento do selo Vertigo pela DC Comics foi recebida com muita tristeza pelo mundo dos quadrinhos. Embora a editora norte-americana tenha prometido a linha DC Black Label para a publicação das HQs para maiores de 17 anos, a linha adulta da DC entrou para a história pela originalidade de suas publicações.
Para nossa sorte, vários materiais da Vertigo chegaram ao Brasil e outros deverão continuar saindo até o ano que vem, quando o selo será descontinuado nos EUA. E não estamos falando somente de obras e personagens ultra consagrados, como Watchmen, Sandman, John Constantine e V de Vingança. Conheça a seguir 5 gibis recentes da linha adulta da DC que são bons demais para você deixar passar.
WE3: Instinto de Sobrevivência
Escrita por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely, uma das parcerias de maior sucesso nos gibis, WE3 conta a história de um cachorro, um gato e um coelho que foram cobaias de um experimento especial da Força Aérea e foram transformados em armas vivas, mas que, no fundo, só querem uma família para viver bem como animais de estimação. Por mais que a premissa possa parecer algum algo de anime ou mangá, a narrativa vibrante de Morrison e a arte de Quitely desenvolvem uma história adulta que te mantém grudado a cada página até o fim. Volume único da Panini.
Lua do Lobo
Como o nome diz, a HQ de Cullen Bunn, Jeremy Haun e Lee Loughridge é uma história de lobisomens. O mais incrível dela é que os autores conseguem flertar com o clichê, trazendo a figura do implacável caçador de licantropos e ainda apresentar algo novo ao gênero. No encadernado, os autores abandonam a ideia de que as transformações ocorrem por arranhões, mordidas e até maldições e bruxaria para adotar um conceito mais assustador: a aleatoriedade. Este gibi defende a ideia de que qualquer pessoa pode ser um lobisomem e voltar ao normal após a terceira noite, ficando apenas com o gosto de sangue na boca e o fardo pelas vidas que destruiu. Edição única publicada pela Panini.
Sala Imaculada
A seita criada por Astrid Mueller, autora best-seller de autoajuda e queridinha das celebridades pode esconder mais do que mostram suas aparentes boas intenções. Para desvendar isso, a jornalista Chloe Pierce se dispõe a investigar por dentro o império da guru depois de creditar o suicídio de seu noivo ao último livro da moça. Mas será ela apenas uma charlatã ou a única pessoa em uma dimensão composta por monstros maníacos e assassinos? A roteirista Gail Simone se junta a artistas, como John Davis-Hunt, para contar uma história instigante de terror, sexo e muita ação. A minissérie em três volumes foi publicada aqui pela Panini.
Suicidas
Conhecido por seu trabalho como escritor e artista nas HQs Batman: Noel e também na graphic novel do Coringa escrita por Brian Azzarello, Lee Bermejo traz seu estilo hiper-realista para um universo próprio em Suicidas. Ambientada em um mundo no qual um terremoto arrasou Los Angeles e dividiu a sociedade, gladiadores de armadura se submetem a cirurgias de melhorias físicas para entreter milhares em um coliseu moderno. E receber toda a fama e fortuna que vem disso, claro. Mas o que mais esconde o mundo pessimista dos Suicidas? Descubra nesta série que ainda está em andamento e teve apenas dois volumes publicados aqui pela Panini.
Noite de Trevas: Uma História Real do Batman
Até um dos heróis mais famosos da DC já esteve no selo Vertigo. Bem, quase. Em Noite de Trevas, acompanhamos um pouco da trajetória de Paul Dini, uma das mentes por trás de alguns desenhos animados marcantes da Warner Bros. – incluindo aquela série do Batman dos anos 1990, no qual ele tinha o queixo quadrado, lembra? Então, acontece que em uma noite, saindo de um encontro, Dini foi espancado por dois homens em um aparente assalto e foi parar no hospital. Essa HQ, feita por ele e com a arte de Eduardo Risso, conta como os personagens do universo do Morcego o ajudaram a superar os ferimentos, o trauma que veio deles e a reavaliar sua vida, medindo erros e acertos. Uma bela publicação da Panini em volume único de capa dura.
A Vertigo tem sido um celeiro incrível de boas histórias e ideias ousadas desde sua criação até hoje. Se a DC Black Label vai mesmo emplacar, é algo que ainda não sabemos, mas a torcida é positiva. Afinal, estamos falando de um legado de 25 anos.