Uma abordagem sensível e humanizada sobre o esporte mais amado do mundo. Não há dúvidas de que Ted Lasso foi um marco em histórias situadas ao ambiente do futebol. Com seu protagonista tão divertido quanto complexo, a série da Apple TV+ chegou ao final em sua terceira temporada. De acordo com a produção, foi um encerramento planejado. Abaixo, leia o review:
A arte da reinvenção
Em ascensão na elite do futebol inglês, o AFC Richmond vê o West Ham se fortalecer sob o comando de Nathan Shelley (Nick Mohammed). Por isso, o clube treinado por Ted Lasso (Jason Sudeikis) fecha a contratação de Zava (Maximilian Osinski). Embora decisivo, o atacante imprevisível que faz parodia de Zlatan Ibrahimović pesa contra o jogo coletivo de Lasso. Com isso, Jamie Tartt (Phil Dunster), a antiga estrela do time, tem de lidar com a perda momentânea dos holofotes.
Mas, sabemos como astros funcionam, e a participação de Zava logo chega ao fim. Para voltar à boa fase sem depender de um único jogador, Ted Lasso e sua comissão reavivam o conceito do futebol total – ou “Carrossel Holandês”. Para quem viu ou ouviu falar da Laranja Mecânica dos tempos de Johan Cruyff, assistir a este tipo de jogo sendo colocado em prática é um deleite. No esquema, os jogadores devem mudar de posição constantemente sem deixar a equipe perder sua estrutura.
O maestro do time? Jamie Tartt, após sessões de treinamento individuais com seu ídolo, Roy Kent (Brett Goldstein).
Pendurando as chuteiras
Com 12 episódios, a temporada mantém seu princípio de não medir o sucesso da filosofia de Ted Lasso por vitórias. Assim, sua relação com jogadores e comissão técnica mostra o quanto honestidade e vulnerabilidade podem ter mais impacto do que erguer um troféu. Além disso, há um lado pessoal que concentra o drama deste ano. Afinal, Ted vê sua ex-esposa ter um novo companheiro, e isso somado à distância do filho faz com que o protagonista reflita sobre seus próximos passos.
“Ted Lasso” termina pregando a valorização da vida, do caráter e de experiências que nos dão alegria.
Ganhar ou perder faz parte do trabalho.