O ano é 2008 e todos somos apresentados ao novo filme teen que seria um dos maiores sucessos entre a galera jovem – e alguns adultos também – e um verdadeiro nirvana para os fanfiqueiros de plantão: Crepúsculo, adaptação do livro de Stephenie Meyer que conta a estória de Edward Cullen, o vampiro charmoso que se apaixona pela humana adolescente Bella Swan. E, para a tristeza dos amantes do sobrenatural, um desalento por fazer da figura vampiresca, um cara que brilha no sol, é “vegetariano” por não matar humanos e coloca ele como mocinho e não como vilão assustador que as histórias clássicas sempre apresentou.
Sabemos que este não foi o primeiro longa a trazer essa transformação. Harry Potter, por exemplo, mudou o conceito de como os bruxos eram descritos desde 2001, e temos também Sangue e Chocolate (2007), que foge do estereótipo destes seres. Diante do sucesso de Crepúsculo, Hollywood nos apresenta uma sequencia de seriados e filmes com essa temática mais romântica como em Teen Wolf (2011 – 2017) da MTV, A Garota da Capa Vermelha (2011) – estrelada pela Amanda Seyfried, e até mesmo Sombras da Noite (2012) que traz Johnny Depp como protagonista.
No entanto, quando revejo Crepúsculo, algumas perguntas vem à mente, sendo a primeira: como Bella pode ficar tão tranquila com o fato de existir vampiros no mundo? Porque a única coisa que consigo pensar é que se fosse eu, com certeza surtaria. E a segunda: por que Edward e seus irmãos fazem o colegial tantas vezes? Não dá pra imaginar ter que passar pelo ensino médio de novo e de novo. É agoniante a mera ideia.
Mas, o que me deixa realmente chateada é a personalidade da Bella nas telas, porque quem conhece o livro sabe que ela tem mais atitude e sua personalidade não se perde com a presença de Edward. Nas telas, vemos uma Bella sem sal nem açúcar, que está sempre com aquela carinha de sonsa, coisa que a personagem originalmente não é. Eu poderia dizer que a atuação de Kristen Stewart tem algo a ver com isso, ao menos neste filme, mas me parece mais uma questão de roteiro, o que não me surpreende muito – afinal qualquer adaptação perde coisas do livro, inclusive o mistério da transformação de Alice, que era uma presa de James! Imagine que legal seria ver isso nas telas!
Mas devo enaltecer a trilha sonora – que, aliás, é uma das minhas favoritas. Destaque especial para Carter Burwell, que compôs a canção que Edward faz para Bella e que se tornou o tema da saga toda: “Bella’s Lullaby“. Para todos os efeitos e defeitos, ainda sim Crepúsculo foi um filme que marcou e muito a adolescência da nossa geração.
Além disso, como muitas franquias que dão certo e alavancam as carreiras de atores, com Crepúsculo não foi diferente. Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner fizeram outros filmes de sucesso. Stewart protagonizou Branca de Neve e o Caçador (2012), Marcados pela Guerra (2014) e agora irá estrelar o novo “As Panteras”. Pattinson, que esteve em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005), protagonizou Lembranças (2010) e Água para Elefantes (2011), além de ser o próximo Batman dos cinemas, e Lautner esteve no filme Sem Saída (2011) e participa da série Cuckoo (2012).
Com direção de Catherine Hardwicke (Os Reis de Dogtown) e produção da própria Stephenie Meyer, “Twilight” (título original) arrecadou 393,6 milhões de dólares em bilheterias mundiais e recebeu premiações no MTV Movie Award nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Kristen Stewart), Melhor Revelação Masculina (Robert Pattinson), Melhor Luta (Robert Pattinson e Cam Gigandet) e Melhor Beijo (Kristen Stewart e Robert Pattinson).
O filme disponível na Amazon Prime Vídeo.