Round 6: desfechos emocionantes que acenam para o futuro

Round 6: desfechos emocionantes que acenam para o futuro
Foto: Netflix

Batatinha Frita, 1, 2, 3…” se tornou um cântico de extrema popularidade. Esse mísero trechinho chiclete marcou a cultura pop, presente em uma das séries mais populares da Netflix: Round 6.

Quatro anos depois de sua estreia, a série sul-coreana finalmente chega ao fim, com uma conclusão emocionante e coerente – ainda que amarga. Ainda assim, a temporada final está dando o que falar, demarcando polêmicas ao ser alvo de críticas injustas daqueles que sequer tentam entender a mensagem da obra.

Os jogadores e as histórias de Round 6

A terceira temporada continua exatamente onde a segunda parou – quase que seguindo a moda de ser uma mesma temporada, dividida em duas. Porém, ainda que o segundo ano da série tenha sido lento e enrolado, seu sucessor não comete os mesmos erros. Com jogos que continuam sendo tão divertidos quanto mortais, a nova temporada sabe ser dinâmica, envolvente e carrega consigo bastante emoção.

Squid game 3 Round 6

Seguindo os ganchos anteriores, a revolta de Gi-hun – ou 456 – foi um fracasso, e agora ele deve sofrer as consequências. Entretanto, quem diria que seu principal algoz seria sua própria consciência. O desenvolvimento do protagonista, ao longo da trajetória final de Round 6, é um espetáculo.

O sorriso que um dia foi inocente, agora não carrega nada além de ódio e remorso. Seguindo os caminhos para se tornar alguém que ele odiaria, Gi-hun se vê perdido nas próprias convicções. São as relações dele com as figuras coadjuvantes, entretanto, que vão moldando seu desfecho que – cai entre nós – é tão surpreendente.

Squid game 3 Round 6

Falando nos coadjuvantes, Round 6 sempre teve personagens muito bem construídos. Que conquistam facilmente as emoções do público, para o bem e para o mal. Ou seja, o público quase sempre é levado a amar alguns personagens, ao mesmo tempo em que é levado a odiar outros. E, nesta temporada, não seria diferente.

Os personagens que marcaram a segunda temporada estão de volta, trazendo consigo desfechos emocionantes para suas histórias que de leve não tinham nada. A velha senhora com seu filho (jogadora 149), a mulher grávida (222) e a mulher em busca da cirurgia de transição de gênero (120) são os grandes destaques da temporada, carregando a série ao lado de 456. Isso acontece pois o público é convidado a torcer por cada uma delas, sendo surpreendido com seus papéis no fim do jogo.

Um final coerente e primoroso

Ainda que com alguns deslizes – como a trama do detetive, que se manteve muitas vezes arrastada e desinteressante –, Round 6 soube entregar um final primoroso, que se manteve coerente com tudo o que propôs até agora. Com os jogos e relações pessoais muito mais brutais, extremas e chocantes, consegue levar a trama a um novo nível. Ao mesmo tempo, faz um aceno para o futuro da franquia, que logo levará os jogos para os Estados Unidos.

Algumas pessoas podem criticar o desfecho por não ser utópico e não ter um final cheio de flores e arco-íris, mas vale lembrar que essa nunca foi a proposta da série. Mesmo tendo vencido o jogo na primeira temporada, Gi-hun (456) começa o segundo ano depressivo, infeliz, rancoroso.

Squid game 3 Round 6

Round 6 nunca foi sobre um mero jogo. É importante lembrarmos que a série sempre se propôs a discutir a desumanização frente ao capital, ao dinheiro. A série escancara os ricos brincando com os pobres, tratando-os como se não fossem nada, desvalidando suas humanidades. É preciso centenas de pessoas morrerem, para que meia dúzia de bilionários possam ter o entretenimento desejado. Portanto, a série sempre fez uma crítica sobre a podridão humana, e o que fazemos por dinheiro – e o que aqueles que tem dinheiro fazem.

Os outros jogadores, por mais cruéis que sejam, nunca foram os vilões, e Gi-hun (456) entendia isso. Os verdadeiros inimigos eram os homens por trás de tudo, por trás dessa desumanização, dessa atrocidade. Os mesmos homens responsáveis pela desigualdade que colocou todo mundo ali, brincando com o conceito de livre escolha, enquanto manipulam as cordas por trás. Afinal, alguém precisa nos lembrar de que “somos humanos, e não cavalos”.  

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