O Menino e a Garça: aventura mágica sobre aceitação

O Menino e a Garça: aventura mágica sobre aceitação
Studio Ghibli

Indicado ao Oscar de Melhor Animação, O Menino e a Garça é a nova produção com o selo de qualidade do renomado Studio Ghibli. O título dirigido por Hayao Miyazaki – a mente por trás de Meu Amigo Totoro (1988) e A Viagem de Chihiro (2001) – está em cartaz nos cinemas brasileiros, trazido pela Sato Company.

Com 2h04 de duração, a história gira em torno de Mahito, menino que se muda para o campo após perder a mãe durante a guerra, em 1943. No novo cenário, estranhos eventos o levam a uma antiga torre – lar de uma estranha garça – que serve de portal a um mundo misterioso onde vivos e mortos se cruzam.

Abaixo, confira a crítica de “O Menino e a Garça”:

Magia de um mundo caótico

Um ano após ficar órfão de mãe, o protagonista se encontra na casa de Natsuko, a segunda esposa de seu pai, Shoichi Maki. No entanto, Natsuko está grávida e atrai todas as atenções, o que faz o garoto se sentir ainda mais sozinho. É então que surge a Garça Cinzenta, que recebe a atenção de Mahito por seu comportamento pouco usual e muito desafiador. Assim, quando a madrasta desaparece a caminho da torre, o menino decide se aventurar em um mundo mágico.

Para quem viu só o pôster, uma surpresa: ao lado de Mahito não está uma ave normal. O filme quebra as expectativas logo de cara, revelando um ser um tanto desagradável, do qual o intuito não é guiar o protagonista num reino desconhecido. Aliás, longe disso, a Garça por muitas vezes se porta como antagonista, ameaçando a vida do personagem principal. Uma relação conturbada se constrói. Mas, na prática, eles formam uma dupla (disfuncional), cuja amizade tem uma beleza estranha.

Espetáculo visual cheio de significado

Padrão do Studio Ghibli, a qualidade da animação é o primeiro aspecto de “O Menino e a Garça” a chamar atenção. Texturas detalhadas, movimentos realistas e o traço característico do estúdio, quando combinados, tornam a produção um primor visualmente falando.

Já a narrativa é uma reunião de mistérios. Afinal, o anime é inspirado pelo romance ‘How Do You Live?‘, publicado em 1937 por Genzaburō Yoshino. Além dele, uma série de filmes e a própria experiência de Hayao Miyazaki em sua infância influenciam o universo percorrido por Mahito.

Por aqui, a associação mais rápida acontece com ‘Alice no País das Maravilhas‘. Ou seja, acompanhamos o menino em um mundo fantástico, com suas próprias regras, conflitos e criaturas, onde os perigos fogem à compreensão, mas que tentar entendê-lo se torna um exercício empolgante.

À medida que muitos enigmas são colocados em tela, o maior destaque é a presença de Himi. Ela é um tipo de versão mais jovem da mãe de Mahito, mas surge como uma figura com poderes de fogo. Suas decisões ao longo do enredo comovem, bem como a relação com o garoto. Uma jornada de aceitação necessária para ambos.

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