A religião costuma desempenhar um papel de grande importância na vida das pessoas, seja no âmbito pessoal ou político, sendo a base para o modo como os devotos vivem suas vidas. Essa forte presença da fé em suas vidas e a crença cega em líderes religiosos mal-intencionados, certas vezes, acaba gerando um abuso das instituições religiosas para com os fiéis.
Esse “abuso” é o que move a narrativa de Nas Ondas da Fé, o novo filme de Marcelo Adnet (Tá no Ar: A TV na TV) e Letícia Lima (O Palestrante). Na trama, Hickson (Adnet) é um “perdedor” que ganha a vida fazendo mensagens de teleamor (naqueles carros com mensagens gravadas) e trabalhando em uma pequena loja de eletrônicos.
Em meio a ascensão de sua carreira como narrador gospel, Hickson também vê como as “engrenagens da religião” funcionam, e como as igrejas lucram milhões em cima da promessa de salvação que elas pregam e da culpa de seus fiéis pelos seus pecados.
Religião como ferramenta de controle
Muito do que o filme busca explicitar ao espectador é como a construção do medo e da culpa são ferramentas essenciais para a igreja, no que tange a buscar um controle sobre os fiéis. Essa construção moral religiosa data deste os tempos da Idade Média, passando pela reforma protestante luterana e sobre a perspectiva calvinista, quando a religião evangélica começou a aparecer para o mundo.
A produção mostra como a doutrina de punição pelos pecados cometidos são ferramentas da igreja para manipulação, e como os líderes religiosos têm influência sobre como essa formação de opinião acontece dentro das instituições religiosas. E faz isso oferecendo um arsenal de piadas e críticas ácidas, que podem provocar aos mais extremos, enquanto propõe certa reflexão.
“Nas Ondas da Fé” estreia em 12 de janeiro nos cinemas.