Mulher-Hulk diverte ao explorar minúcias do MCU

Carlos Bazela
Mulher-Hulk diverte ao explorar minúcias do MCU

Nas séries de tribunal, é comum prender a atenção do público com os discursos dos advogados que, para condenar ou defender um acusado, exploram as minúcias do caso, convidando o júri para reflexões que ainda não foram feitas. Não por acaso, é nas minúcias do Universo Cinemático Marvel (MCU), reaproveitando contextos e personagens secundários, que Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, a nova série da Marvel Studios no Disney+, se conduz.

Estreando na quinta-feira (18), a trama apresenta a advogada Jennifer Walters (Taitana Maslany, de Orphan Black), que se envolve em um acidente de carro com seu primo Bruce Banner (Mark Ruffalo) e, com um simples contato entre seu sangue e o dele – e uma posterior dose de radiação gama –, acaba se transformando em uma versão feminina do Hulk.

Com isso, Banner dedica seu tempo e os recursos de seu refúgio na costa mexicana para ajudar a prima com sua condição. Porém, diferente dele, a moça está consciente e no controle de sua transformação o tempo todo, sem deixar que uma personalidade raivosa tome o controle quando seu tamanho duplica e a pele fica verde.

Heroína relutante

Forçada a usar os poderes, Walters acaba se transformando publicamente e passa a ser conhecida pelo nome de Mulher-Hulk – o qual ela detesta, de início. E, se isso custa seu emprego anterior, esse alter ego esmeralda acaba sendo exatamente tudo que outro escritório de advocacia de LA procurava: uma profissional da lei com superpoderes para assumir casos de indivíduos incomuns.

E o primeiro deles é, de cara, Emil Blonski, o Abominável (Tim Roth, de Lie to Me), que lutou contra o Hulk em O Incrível Hulk (2008) – e perdeu –, e está pleiteando uma condicional por bom comportamento. Além de Blonski, Wong (Benedict Wong) tem boa participação e não deve ser o único extra a dar as caras nos 9 episódios, pois o Demolidor (Charlie Cox) já apareceu nos trailers!

Humor na medida

Uma das principais preocupações que a série levantou antes da estreia foi sobre o humor. Afinal, a personagem é conhecida por quebrar a quarta parede, falando direto com o público e, após Deadpool fazer isso no cinema, havia um medo de que Mulher-Hulk pesasse a mão na graça ao ponto de ficar cansativo em um seriado.

A resposta para isso, felizmente, é “não”. Nos primeiros 4 episódios que o BN já pôde ver a convite da Disney, as interações com o espectador são poucas e certeiras, nas quais a protagonista faz as piadas que todo mundo que acompanha a Marvel já fez ou ouviu alguém fazer. O humor também é refinado e ligado aos casos que ela assume como advogada, relembrando antigos shows da década de 1990 no mesmo perfil, como Ally McBeal.

Entretanto, Mulher-Hulk também encontra espaço para falar sério e criticar o machismo, ao fazer paralelo entre o que Bruce Banner passava na vida para controlar o Hulk e o que uma mulher passa todos os dias para não ter seu lado profissional questionado por ser emotiva ou destemperada, coisas que sempre podem colocar sua carreira em xeque.

Mas, tudo isso sem perder a leveza de uma sitcom que será divertida de acompanhar.

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