Há mais de uma semana em primeiro no Top 10 da Netflix, Donzela tinha tudo para ser um dos grandes filmes da carreira de Millie Bobby Brown. Mas ela teve que levar a produção, que recebeu um roteiro fraco e nos proporcionou um feminismo raso, nas costas.
Dirigido por Juan Carlos Fresnadillo, o longa traz a história de Elodie, uma jovem princesa que é obrigada a se casar em troca do bem-estar de seu reino. O casamento proposto pelo próprio pai, entretanto, se transforma em uma corrida pela sobrevivência. O motivo? A família do príncipe encantado escolhe altezas para serem oferecidas em sacrifício a uma dragão-fêmea, que viu seus filhotes serem mortos pelos humanos.
O encontro com Henry (Nick Robinson) acontece pouco antes da cerimônia. Embora tenham um sonho em comum, os noivos não duram muito. Lady Bayford (Angela Basset), madrasta de Elodie, é a que percebe mais rapidamente o erro desse casamento. Ainda assim, a princesa segue o seu destino e cai, literalmente, em um reino sem encanto, onde luta para não ser a próxima refeição da criatura mística.
Personagens mal desenvolvidos
Robin Wright completa o elenco de peso na pele da rainha má Isabelle. São personagens bem construídos, mas muito mal desenvolvidos. Há cenas que nos instigam a conhecê-los mais, no entanto, o filme não se aprofunda nesse tema. Nem mesmo a princesa misteriosa que aparece no susto ou a dragão-fêmea nos impedem de torcer pelo final do longa.
Feminismo raso x Reviravoltas
Além de atuar, Bobby Brown trabalhou como produtora-executiva na obra. Porém, o roteiro ruim de Dan Mazeau não deixou que a inteligência e o empoderamento da estrela falassem mais alto. O resultado foi um feminismo sem qualidade com falas e atitudes sem grandes impactos. Ok, mas Donzela não foi tão improdutivo assim.
O plot twist, do embate com o animal e a força da personagem em lutar pela sua família, ainda faz o filme ter um pouco de dignidade no streaming.
Atuação de milhões
Força essa da personagem vinda do próprio brilho da atriz. Além de encantar com sua beleza, Millie não deixa a desejar com sua atuação de princesa guerreira. Ela tem talento, e Hollywood sabe disso. Ponto também para a indumentária do longa, que aguentou até o final, mesmo que aos farrapos, os gritos incessantes de Elodie.
Um filme razoável de sessão da tarde ou para quando você estiver sem muita opção na Netflix.
