Pais e filhos que circulam pelo canal por assinatura Gloob já ouviram a música tema cantada em português de Ladybug, a simpática super-heroína adolescente que se veste de vermelho e preto, como uma joaninha. Mais do que isso, basta uma volta em grandes centros comerciais da cidade para ver bonecos e outros produtos mostrando o sucesso que ela e seu parceiro, Cat Noir, fazem no Brasil como estrelas da animação Miraculous: As Aventuras de Ladybug.
A convite do Gloob, o Boletim Nerd foi conferir dois episódios inéditos da terceira temporada da série animada na tela da Cinemark, o que foi suficiente para percebermos que a animação tem o suficiente para agradar não só às crianças de diversas idades, como também seus pais – principalmente se eles forem fãs do gênero de super-heróis.
Na exibição especial, foram apresentados detalhes da trama que move a série, como as motivações do vilão Hawk Moth e sua obsessão pelos artefatos Miraculous, que conferem poderes aos heróis, e sua ligação com as criaturas Kwami. Em uma dinâmica divertida e romântica, os protagonistas Marinette Dupain-Cheng e Adrien Agreste – que são Ladybug e o Cat Noir, respectivamente –, estudam juntos no colégio, mas um não sabe sobre o alter-ego do outro.
Miraculous chama a atenção pela qualidade gráfica da animação e pela simplicidade, ponto crucial para fazer mesmo quem nunca viu nenhum capítulo se interessar programa. Outro recurso certeiro dos produtores é inserir roteiros que forcem os personagens a revisitar suas origens. Nas histórias que vimos no cinema, acompanhamos novos defensores, Carapaça e Fox Rouge, codinome do casal Nino Lahiffe e Alya Césare; e Queen Bee, a esnobe Chloé Burgeois.
Anime multinacional
De produção francesa, a animação ganha pontos pela originalidade dos personagens, e deixa claras as suas inspirações. O anime Sailor Moon, que muitos dos pais de hoje em dia assistiram quando eram crianças na extinta TV Manchete, é claramente uma. Seja na transformação dos personagens – sem a conotação sexual dos uniformes, que fique claro – e na forma como as histórias geralmente envolem pessoas do entorno da heroína.
Afinal, Hawk Moth usa borboletas negras para transformar pessoas normais em vilões poderosos usando inveja, raiva e outros ressentimentos como canal. E elas são, com frequência, colegas de escola de Marinette, vítimas de bullying e problemas comuns do cotidiano, que acabam aceitando a oportunidade de revidar. Mas, no fim, acabam encontrando outras formas de lidar com as adversidades se livrando dos sentimentos negativos.
O jeito como todo o dano é revertido no final em passe de mágica, ainda que bem explicado, também é uma herança dos desenhos japoneses e principalmente dos tokusatsus (como o Jaspion, Changeman e Kamen Rider), talvez devido ao envolvimento da Toei Animation a bordo do projeto como produtora.
E, ao que tudo indica, a obra deve continuar repetindo o sucesso aqui no Brasil. Tanto é que durante sua passagem pela CCXP 2018, Jeremy Zag – um dos produtores do seriado – confirmou um episódio especial de Ladybug ambientado ao Rio de Janeiro com uma heroína brasileira.
A longevidade da série também está garantida, pelo menos pelos próximos dois anos. O canal a cabo Gloob passou a ser coprodutor do desenho, cujas próximas temporadas estão em produção, para a felicidade de crianças e adultos que curtem as histórias de heróis mascarados.