Justiça Jovem é o lado maduro das animações da DC

Carlos Bazela

A qualidade das animações da Warner Bros. com heróis da DC Comics já se consolidou. Principalmente pelo tratamento dado às narrativas, que seguem uma pegada menos infantil e mais próxima aos quadrinhos, voltados essencialmente a adolescentes e adultos.

Esse tipo de abordagem já havia sido feita nas séries do Batman, Superman e da Liga da Justiça. E, em 2010, apareceu novamente em Justiça Jovem. Apesar do nome, o desenho tem pouco a ver com as HQs, cujas histórias chegaram a ser publicadas no Brasil. Principalmente no tom, que puxa para a comédia e apela para o deboche total nos gibis.

A 1ª temporada de Justiça Jovem apresentou a DC a gerações de fãs. (Foto: DC)

Exibida no quadro especial da DC, no Cartoon Network norte-americano, a série traz a história de uma equipe formada por Robin, Aqualad (Kaldur’ahm), Kid Flash (Wally West), Artemis, Superboy, Miss Marte e por Zatanna. Supervisionados pelo veterano Tornado Vermelho, os jovens devem se descobrir como super-heróis e aprender a trabalhar em conjunto, ao mesmo tempo que saem da tutela de seus mentores e treinam para um dia ocupar uma vaga entre os pesos-pesados da Liga da Justiça da América.

A série começa impactante. No episódio piloto dividido em duas partes – recurso conhecido para fisgar a audiência – os heróis investigam por conta própria eventos estranhos no Projeto Cadmus, justamente quando seriam apresentados como “membros reserva” da LJA. Logo de cara, descobrem nada menos do que um clone mais jovem do Superman, que era instruído via telepatia dentro de um tubo de estase. Após uma batalha que coloca o prédio abaixo, o rapaz acaba se convencendo a integrar as fileiras dos heróis como Superboy e adota o alter ego civil Connor Kent.

Equipe sem nome

É então que a Liga decide que a equipe – nunca chamada de “Justiça Jovem” – seria um grupo de reconhecimento para encontrar situações que acabam escapando do radar da LJA ou que ela não pode se envolver oficialmente para não chamar a atenção, como crises diplomáticas em países estrangeiros, por exemplo.

Em clima de operações secretas, vemos missões onde o público realmente acredita que algum personagem irá morrer – e, para descobrir se isso acontece ou não, você vai precisar ver a série – e ainda temos o crescimento dos personagens, como um bom drama adolescente. Conflitos éticos sobre o uso dos poderes, preconceitos e mensagens sobre aceitação também estão no programa e são abordados de forma madura.

Muitos desses conflitos estão em episódios memoráveis, como “A Escola”, no qual vemos os problemas de Connor com o Superman, por ser um clone dele, e vice-versa; e “A Revelação”, na qual a Miss Marte deve encarar seus fantasmas em uma aventura que pode acabar com a equipe.

No final, a sensação que temos após 26 episódios é que estamos diante de uma adaptação não oficial dos Novos Titãs em sua melhor fase. Aliás, fica claro que a boa aceitação do desenho onde foi exibido abriu as portas para Titans. Mais que isso: convenceu os produtores de que um produto para o público adulto com heróis adolescentes funcionaria muito bem. Justiça Jovem está disponível no catálogo brasileiro da Netflix.

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