Iwájú debate problemas sociais em “vibe paulistana”

Iwájú: família e ancestralidade em vibe quase paulistana
Disney+

Com apenas seis episódios e a estética de uma história em quadrinhos, Iwájú estreou nesta quarta-feira (10) no Disney+. A produção é assinada pela Walt Disney Animation Studios em parceria com a Kugali, empresa panafricana de entretenimento. E nós, que estivemos na pré-estreia em São Paulo, vamos te contar por que vale a pena fazer uma maratona:

Nigéria futurística

A história, criada por Ziki Nelson, se passa em uma Lagos, na Nigéria, com pegada futurística. A tecnologia é avançada, permitindo o uso de veículos voadores, drones, hologramas e robôs em forma de lagartos feitos para proteção. No entanto, essa evolução não acabou com os problemas sociais típicos de países não muito desenvolvidos. Assim, há uma divisão clara entre pobres e ricos, o que diminui as oportunidades dos menos abonados e torna a criminalidade opção para ascensão.

Na prática, a trama acompanha Tola (Simisola Gbadamosi), a filha do gênio da tecnologia Tunde Martins (Dayo Okeniyi). Por ter feito carreira e fortuna na área da segurança, Tunde tem agenda cheia de assuntos de trabalho, mas pouco tempo para a menina. A criança, por outro lado, sente falta da presença paterna e não se contenta com os gadgets que recebe dele.

Por isso, numa tentativa de se aproximar do pai, Tola decide explorar a região humilde em que Tunde teve origem. Mas, para ele, a área parece apenas um poço de lembranças ruins. Pelo menos nos três episódios a que tivemos acesso antecipado.

Problemas sociais atuais

O gancho da narrativa é dado pelos planos do antagonista, Bode DeSousa (Femi Branch), de sequestrar tola. É um clichê que faz a história de Iwájú funcionar – e o faz de forma envolvente. No entanto, passa por Kole Adesola (Siji Soetan) um dos papéis mais emblemáticos da série. Ele é autodidata expert em tecnologia, que trabalha na propriedade de Tunde Martins como uma espécie de caseiro. Sem ir à escola, o garoto se dedica ao “trampo” na tentativa de arcar com o tratamento de sua mãe acamada.

Porém, quando Bode descobre que Kole tem acesso à Tola, decide usar o menino para atrair a protagonista às áreas mais periféricas. Essa vulnerabilidade que faz de Kole um ponto fraco para a segurança de Tola acende um alerta. Afinal, para Tunde, o jovem se torna um traidor de sua confiança, mas as origens de Kole são as mesmas de seu patrão. Ou seja, apesar das oportunidades diferentes, ambos poderiam encarar os mesmos problemas nesse momento de formação.

Uma abordagem profunda que vai além daquela separação entre “mocinhos” e “vilões”.

Ponto para a dublagem brasileira

O enredo cativante, bem desenvolvido em cada capítulo, já faz de Iwájú um acerto do Disney+. Contudo, a animação encanta ao apresentar uma dublagem brasileira com a cara da capital de São Paulo. Gírias como “trampo” e “corres” fazem com que o público se identifique com personagens e o roteiro em si.

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