Homem-Aranha: No Aranhaverso é a coroação do super-herói de Stan Lee

Esse não é só mais um filme de super-herói ou apenas mais outra aventura estrelada pelo Homem-Aranha. Dirigido por Bob PersichettiPeter Ramsey e Rodney Rothman, Homem-Aranha: No Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, EUA, 2018) pode ser considerado o longa-metragem que melhor adapta a linguagem dos quadrinhos para as telonas, promovendo uma belíssima experiência audiovisual, embasada por um enredo inspirado, que envolve, cativa, diverte e emociona. Com 1h57 de duração, a animação estreia em 10 de janeiro nos cinemas.

No roteiro de Phil Lord (Uma Aventura Lego), o adolescente Miles Morales (Shameik Moore, de The Get Down) tem sua vida transformada quando picado por uma aranha radioativa. Enquanto tenta dominar suas habilidades, o garoto vê Nova York abalada por um experimento orquestrado por Wilson Fisk (Liev Schreiber, de X-Men Origens: Wolverine), que abre um portal entre dimensões. Em consequência às ações do Rei do Crime, versões do Amigão da Vizinhança são sugadas de várias realidades, mas têm sua existência ameaçada.

Caso não retornem para suas respectivas dimensões, os heróis terão sua existência apagada. (Foto: Sony)

Para realocar a misteriosa Spider-Gwen (Hailee Steinfeld, de Quase 18), o combatente de mafiosos Homem-Aranha Noir (Nicolas Cage, de A Lenda do Tesouro Perdido), o cartunesco Porco-Aranha (John Mulaney, de Big Mouth) – alter ego de Peter Porker –, a futurista Peni Parker (Kimiko Glenn, de Orange Is the New Black) – garotinha ligada psiquicamente a aranha na armadura SP//dr – no chamado Aranhaverso, Miles conta com a ajuda de Peter B. Parker (Jake Johnson, de New Girl), um Homem-Aranha experiente, desiludido e forma de forma.

Embora deslize profundante pela mitologia do Aracnídeo para trazer referências do filme clássico Homem-Aranha 2, da saga de HQs A Morte do Homem-Aranha e da origem de Miles Morales na linha Ultimate Comics, a produção é bastante competente em adaptar todas as suas influências para tornar a narrativa acessível a qualquer público que tenha conhecimento mínimo sobre o Lançador de Teias. Deste modo, marcam presença personagens icônicos como Mary Jane e Tia May, além dos vilões Duende Verde, Escorpião, Lápide, Gatuno e uma variação de Doutor Octopus.

Miles precisa provar é digno do legado do Homem-Aranha, mas também dar sua cara ao herói. (Foto: Sony)

Na criação de Peter Parker, por Stan Lee e Steve Ditko, ou no lançamento de Miles Morales, por Brian Michael Bendis, Fabrice Sapolsky e Sara Pichelli, a principal característica do Homem-Aranha é se mostrar um herói que represente as pessoas em seus dramas, problemas e conquistas, essência Homem-Aranha: No Aranhaverso capta com propriedade. Essa representatividade é tamanha que, em sua nova “encarnação”, o Homem-Aranha é introduzido como um menino vindo de uma família com raízes de afro-americana e latina, morador do popular Brooklyn.

Além da narrativa rica e coesa, o filme do Escalador de Paredes se faz uma manifestação artística fascinante, pois, impressiona a maneira como as técnicas de animação, a paleta de cores e os balões e onomatopeias retirados dos gibis e trilha sonora original funcionam em harmonia. Um tributo ao Homem-Aranha, o título usa o humor característico do Cabeça de Teia em momentos muito acertados, mas, como de costume, não nos poupa de sentir o peso de cada decisão e despedida pelas quais passam o nosso amigo de sempre.

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