Hellboy (2019): nem David Harbour salva nesse bagulho sinistro

O que é grande, vermelho e está sempre de mau humor? Sim, Hellboy (Hellboy, EUA, 2019) está de volta aos cinemas, na comemoração dos 25 anos de existência do personagem, concebido por Mike Mignola, em 1993, para os quadrinhos da editora norte-americana Dark Horse. Buscando a sua cota de sucesso entre os super-heróis nas telonas, o longa estrelado por David Harbour (Stranger Things) entra em cartaz no Brasil em 16 de maio, com uma pegada mais sombria e violenta do que as adaptações pelo aclamado Guillermo Del Toro.

Na versão dirigida por Neil Marshall (Game of Thrones), a trama começa no ano 517 D.C., quando Nimue (Milla Jovovich, de Resident Evil: O Hóspede Maldito), a Rainha de Sangue, numa tentativa de dizimar a humanidade com uma praga, acaba aprisionada por Rei Arthur e Merlin. Porém, atualmente, uma conspiração armada por velhos inimigos de Hellboy (Harbour) prepara o retorno da bruxa, o que dispara o alerta do Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal (B.P.D.P.) – agência internacional para a qual Vermelho presta seus truculentos serviços.

Hellboy acerta no visual e atmosfera bastante sombria. (Foto: Imagem Filmes)

Certo de que o público já tem conhecimento sobre o personagem, o título relata brevemente a origem do Hellboy, explorando sua relação com seu pai adotivo, Professor Broom (Ian McShane, de American Gods). Sem perder tempo, o longa se aprofunda em referências de diversos arcos dos gibis (Hellboy: Caçada Selvagem, especialmente), tentando recriar o humor amargurado do anti-herói, o clima sinistro de suas aventuras no papel e a violência de seu universo. Entretanto, nada disso funciona como o esperado.

Mesmo com 2 horas de duração, Hellboy se atrapalha para desenvolver uma linha narrativa consistente e capaz de se manter interessante por muito tempo, promovendo diálogos carentes de inspiração, piadas sem graça e personagens sem profundidade nem carisma. Quando tudo seu redor parece falho – até mesmo os efeitos e computação gráfica, o ator David Harbour se mostra o único responsável pelos bons momentos da produção, principalmente quando longe dos coadjuvantes e livre para chutar monstros.

A vilã Nimue fica aquém do esperado em cenas no mínimo desconcertantes. (Foto: Imagem Filmes)

Embora trash, a nova versão do Vermelho chega nos moldes dos filmes de super-heróis, prestando fan service com as participações especiais de Lagosta Johnson (Thomas Haden Church, de Homem-Aranha 3), Alice Monaghan (Sasha Lane, de Docinho da América), Ben Daimio (Daniel Dae Kim, de Lost) e a criatura Gruagach (dublada por Stephen Graham, de Boardwalk Empire), além de duas cenas pós-créditos.

Apesar de pensar grande, Hellboy acerta pouco e deve ter frustrados seus planos para uma sequência. Uma pena.

https://youtu.be/IXlZGSkrzkc

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