A primeira temporada de Halo incomodou a comunidade gamer por tirar Master Chief de seu controle. Afinal, longe das rédeas dos jogadores, o personagem vivido por Pablo Schreiber quebrou o protocolo, removeu seu capacete e iniciou uma saga de autodescoberta. Porém, a série do Paramount+ voltou para seu segundo ano inserindo o personagem numa trama de conspiração envolvendo as lideranças da UNSC (Comando Espacial das Nações Unidas) na guerra contra os aliens do Covenant.
Contra tudo e contra todos
Após terem removido o grânulo inibidor de emoções, Master Chief e Kai (Kate Kennedy) são vistos com desconfiança pelos seus superiores e irmãos de guerra. Isso acontece porque agora os dois principais estão suscetíveis aos próprios sentimentos e decisões. Para completar, uma missão em Reach acaba mal para os Spartans, uma vez que o Covenant surge em números e estratégia nunca antes vistos. Para Chief, isso é o suficiente para entender que algo mudou na balança do confronto.
Se a batalha entre espécies já não bastasse, o protagonista ainda encara James Ackerson (Joseph Morgan), que assume a liderança do Escritório de Inteligência Naval (ONI) do UNSC. Ackerson esconde o jogo sobre como direcionou os soldados do Cobalt Team aparentemente a uma missão suicida. No fim das contas, o personagem se mostra mais como acessório de uma conspiração maior, mas não deixa impor dificuldades à vida de John-117, o Master Chief.
Os três pilares do homem
No comando da 2ª temporada de Halo, o showrunner David Wiener (Fear The Walking Dead) desenvolve três guias diante de seu protagonista. Talia Perez (Cristina Rodlo) é novidade na série e sobreviveu ao ataque do Covenant em Reach, assim como Chief. Sua função acaba sendo humanizar o heroísmo dos Spartans, à medida que também faz o soldado pensar que tantas perdas afetaram seu emocional. Já Cortana (Christina Bennington) representa o lado tático do personagem.
Para completar, Makee (Charlie Murphy), exercendo o papel de “abençoada” do Covenant, significa a confusão na mente e coração de Chief. Primeiro, por acreditar que ela não morreu, ele contraria todos a sua volta. E, dessa vez, Makee não está sozinha: ela acompanha o Árbitro, guerreiro do Covenant com habilidades equiparáveis às de Master Chief.
Desbalanço entre núcleos
A história é contada sob a óptica de Chief, não há dúvidas. Contudo, fica a impressão de que tramas secundárias poderiam ter desenvolvimento mas profundo e, com isso, mais peso. Soren-066 (Bokeem Woodbine), por exemplo, tem um arco familiar repleto de idas e vindas, mas não engaja quem assiste. Enquanto a Catherine Halsey (Natascha McElhone) lida com o Flood, espécie de parasitas que adiciona momentos de terror que poderiam ser melhor aproveitados.
No fim das contas, a segunda temporada de Halo pode não ser a melhor adaptação de um game, só que entretém bastante qualquer fã de um bom sci-fi.