Embora não tenha tido um grande impacto na vida dos brasileiros, é quase impossível que alguém não tenha ouvido falar da BlackBerry no começo dos anos 2000. Inspirado na história do primeiro smartphone do mundo, o longa BlackBerry, com distribuição da Diamond Films, mostra a jornada da empresa que revolucionou a forma como nos comunicamos, antes de cair na obsolescência. O roteiro, escrito por Matthew Miller e Matt Johnson, foi baseado no livro ‘Losing the Signal: The Untold Story Behind the Extraordinary Rise and Spectacular Fall of BlackBerry’.
Com estreia na mostra competitiva do Festival de Berlim 2023, fez uma trajetória de sucesso em festivais internacionais como o SXSW Film Festival, Chicago Critics Film Festival e o Melbourne International Film Festival e fez parte da programação do Festival do Rio. Aclamada pela crítica internacional no Rotten Tomatoes, a produção tem direção de Matt Johnson e como protagonistas os atores Jay Baruchel e Glen Howerton.
Ascensão do smartphone
A autenticidade foi muito importante em “BlackBerry”. Desde o escritório da Research in Motion (RIM) até as tecnologias usadas na época, tudo foi pensado para parecer o mais real possível. A produção fez uma pesquisa intensa e procurou equipamentos de ponta da virada dos anos 90 para os anos 2000, a época em que o filme se passa. Os amigos Mike Lazaridis (Baruchel) e Doug Fregin (Johnson) fundaram a RIM, a empresa que criou o BlackBerry, de 1996 até 2007. A produção começa nos primórdios da empresa, quando ainda não havia aperfeiçoado a tecnologia do smartphone.
A empresa canadense percebeu que poderia usar a rede de pager como meio de acesso a mensagens por meio do telefone celular. Lazaridis e Fregin tinham o conhecimento técnico, mas não o perfil de vendas, o qual foi preenchido por Jim Balsillie (Glen Howerton). Com sua habilidade de vender até mesmo um protótipo, ele transformou a ideia em realidade.
Bastidores do mundo da tecnologia
Como é muito comum em histórias sobre grandes empresas de tecnologia, o clima e a cultura dos escritórios são sempre de festa. Os momentos de descontração, como sessões de filmes clássicos no expediente, podem parecer absurdos no mundo corporativo, mas são comuns em empresas desse tipo. No entanto, “Blackberry” mostra a transição quando a RIM cresce e enfrenta pressões do mercado para se destacar. No entanto, em poucos anos, segredos obscuros, disputas pessoais e a chegada do iPhone, ameaçam o incrível sucesso da companhia.
O filme se destaca das outras produções sobre a ascensão de mentes brilhantes no mundo da tecnologia por sua abordagem mais modesta. É linear a forma como acompanhamos a invenção do aparelho, seu desenvolvimento, sua ascensão e queda, porque não há tantas tramas paralelas de personagens. Não existem grandes reviravoltas, sua comédia é sutil.
“Blackberry” é um ótimo filme que consegue se destacar exatamente por ser simples.
