Se na 1ª temporada a intensão era apresentar Kara Danvers (Melissa Benoist, de Glee) com os mesmos problemas que uma mulher normal, o segundo ano da série da Garota de Aço mostrou que a Supergirl está acima de qualquer herói. Enquanto a fase anterior da atração focou nas origens da protagonista e em conflitos familiares, esta nova etapa deu um passo à frente no debate de assuntos como empoderamento feminino, homossexualidade, segregação racial e imigração – temas que ganharam as manchetes com a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Após salvar a Terra dos kryptonianos, Kara Danvers dedica-se à carreira de repórter na CatCo Worldwide Media, mas sofre para agradar ao editor-chefe Snapper Carr (Ian Gomez, de Cougar Town), que veio para substituir Cat Grant (Calista Flockhart, de Brothers & Sisters). Além disso, nas ruas de National City, seu alter ego, Supergirl, confronta e investiga o Projeto Cadmus, comandado pela mãe de Lex, Lillian Luthor (Brenda Strong, de Desperate Housewives), decidido a atacar e a colocar a humanidade contra os refugiados aliens.
Enquanto tudo isso acontece, Kara Zor-El (nome da heroína em Krypton) se envolve com o jovem Mon-El (Chris Wood, de The Vampire Diarie), de Daxam, recém-chegado ao planeta e que, apesar de vários desvios de caráter, desejar ajudar como herói – e, desse jeito, impressionar a Supergirl. Entre as principais novidades da 2ª temporada, destaque para a descoberta de Alex Danvers (Chyler Leigh, de Grey’s Anatomy) – a irmã adotiva de Kara – como homossexual, engatando um romance com a detetive Maggie Sawyer (Floriana Lima, da adaptação de Máquina Mortífera).
Mesmo com a boa estreia do Superman (Tyler Hoechlin, de Teen Wolf) – retornando à TV, Clark Kent/Kal-El foi fiel à essência do Homem de Aço –, Supergirl mostra força ao distribuir personagens femininas pelas principais posições do programa da DC Comics. Junto de heroínas e antagonistas, Lena Luthor (Katie McGrath, de As Aventuras de Merlin) surge como melhor amiga de Kara, e a atriz Lynda Carter (estrela da série Mulher Maravilha) desembarca como a Presidente dos EUA Olivia Marsdin, cujo objetivo é dar aos visitantes extraterrestres direitos iguais aos dos humanos.
Formada por 22 episódios, a saga não consegue engrenar e logo passa a se concentrar na invasão dos daxamitas Rhea (Teri Hatcher, de Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman) e Lar Gand (Kevin Sorbo, de Hércules), os pais de Mon-El, que querem o filho de volta e têm uma antiga rixa com os kryptonianos. Deste modo, a ação fica por conta dos capítulos esporádicos em que aparecem os vilões Metallo, Superciborgue (chamado “Cyborg Superman”, o verdadeiro Hank Henshaw), Roleta, Draaga, Sr. Mxyzptlk, o marciano branco Armek e a Circuito-Vivo.
Com cenários inéditos – uma vez que o seriado foi do canal CBS ao The CW, na qual as gravações ocorrem no Canadá –, a segunda temporada de Supergirl trouxe uma nova base para o DOE (Departamento de Operações Extranormais) e um bar clandestino frequentado por ETs, onde ocorre grande parte da narrativa. Para quem acompanhou a season anterior, o fotógrafo James Olsen (Mehcad Brooks, de Necessary Roughness) agora deixa de ser o interesse amoroso de Kara e segue em cruzada solo no papel do Guardião (com pegada urbana, o vigilante poderia se encaixar melhor em Arrow).
Com referências a Crise nas Infinitas Terras e ao planeta Warworld (da revista em quadrinhos DC Comics Presents #27), o programa tem bons momentos em The Adventures of Supergirl (episódio que regista o primeiro encontro de Supergirl e Super-Homem), Supergirl Lives (dirigido por Kevin Smith, o capítulo traz Supergirl e Mon-El libertando escravos sob o sol vermelho de Maaldoria) e Ace Reporter (em que Kara Danvers precisa usar suas habilidades jornalísticas para desvendar uma série de assassinatos).