Fallout: after do apocalipse é brutal, mas elegante

Fallout: after do apocalipse é brutal, mas elegante
Foto: JoJo Whilden/Prime Video

Existe muita expectativa toda vez que a adaptação de um game é anunciada. O Prime Video, que encaminha versões de God of War e Warhammer 40.000, apostou sua primeira ficha em Fallout. A série, que tem nos bastidores nomes como diretor Jonathan Nolan e a produtora Lisa Joy (ambos de Westworld), explora o mundo apresentado no jogo da Bethesda, mas trouxe história e personagens originais. E o resultado foi uma narrativa inteligente e classuda, que não hesitou em exibir a brutalidade de uma realidade pós apocalíptica.

Se quiser saber apenas o básico, fique aqui com nossas primeiras impressões. Porque a seguir vamos para o review da primeira temporada, que pode conter alguns spoilers!

Fora da casinha

A jornada de Lucy MacLean (Ella Purnell) é o que puxa a história, composta por oito episódios.

Habitante do Refúgio 33, onde a parte abonada da humanidade se escondeu para sobreviver depois que a superfície da Terra foi devastada por um ataque nuclear, a moça é obrigada a deixar a toca. Isso por que um bando de “selvagens” invadiu o subterrâneo e sequestrou seu pai, o supervisor Hank (Kyle MacLachlan). Lá fora, o choque é real e o que vemos é Lucy tendo que se reinventar para sobreviver.

No entanto, a protagonista teve a criação típica do meio rural do EUA, demonstrando ingenuidade e prezando pela honestidade e bons modos. Ou seja, nada que tenha valor nos Ermos, terras de natureza e moral degradadas há duas centenas de anos. Só que Lucy vê o conflito desses dois lados ganhando vida ao se deparar com o caçador de recompensas Necrótico (Walton Goggins) e o cavaleiro da Irmandade do Aço, Maximus (Aaron Moten).

Lançando estereótipos pelos ares

Embora o Necrótico seja introduzido como figura antagônica, ele não é isso. Personagem complexo, que viu seu corpo, mente e alma consumidos pela explosão atômica, o pistoleiro se revela o vingador de um esquema que desencadeou todo o desastre do mundo de Fallout. E o faz sem alarde, sem o glamour nem o traje reluzente do Irmão do Aço. É como um anti-herói do auge dos filmes de faroeste. Por isso, Necrótico não liga de tratar a “escoteira” de macacão azul como qualquer um na superfície.

No fim das contas, o caçador de recompensas se mostra uma espécie de Dom Quixote, que troca os moinhos de vento pela empresa Vault-Tec Corporation.

Maximus, por sua vez, parece ser o mais próximo de um herói que este mundo pode produzir. Na prática, ele deveria ser um escudeiro de Titus, mas a sua jornada é envolta por situações mal resolvidas que acabam lhe beneficiando. Entre um acidente aqui, uma morte ali, Maximus assume a armadura de cavaleiro para fazer o que acha certo – que é defender os oprimidos. Nisso, o personagem se mostra o mais humano possível e não o clichê de herói. Ele fraqueja sem o traje e não consegue prevalecer sempre contra o sistema e a autoridade da Irmandade. Uma abordagem realista.

Identidade característica

Em Fallout, mesmo que a Terra já esteja no 2296, predomina a influência da década de 1950. Deste modo, o jeito de falar, de vestir e de pensar dessa época são reproduzidos pelos personagens. É como se o mundo da série fosse retrô, mas futurístico – ou o contrário? Por isso, prepare-se para as músicas mais clássicas do período dando o tom principalmente das cenas de ação, o que é um contraste engraçado. Tudo isso parece um trabalho cuidadoso para trazer a atmosfera dos jogos ao seriado.

Não à toa, Fallout já está renovada para sua segunda temporada.

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