Exclusivo: roteirista revela bastidores de ‘Amar é Para os Fortes’

Exclusivo: Roteirista revela bastidores de "Amar é Para os Fortes"
Prime Video

A série original Prime Video, Amar é Para os Fortes, chega ao streaming dia 17 de novembro. Produzida pela Pródigo Filmes e dirigida por Kátia Lund, Yasmin Thayná e Daniel Lieff, o título foi desenvolvido por Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Marcelo D2. A produção é estrelada por Mariana Nunes, Tatiana Tiburcio, Breno Ferreira, Maicon Rodrigues, Bukassa Kabengele, Rui Ricardo Diaz, Vilma Melo, Sain Ktt, Clara Moneke, Don Negralla e Kibba.

O trailer apresenta ao público a saga de duas mulheres negras cariocas que veem seus destinos entrelaçados para sempre durante uma operação policial no Dia das Mães. Rita (Tatiana Tiburcio) perde seu filho de 11 anos, Sushi (João Tiburcio), para a violência policial, e Edna (Mariana Nunes) é mãe de Digão (Maicon Rodrigues), o policial que matou a criança. Buscando justiça e redenção, ambas irão enfrentar a corrupção policial e a morosidade do sistema judiciário. Rita terá o apoio de seu filho mais velho, o artista plástico Sinistro (Breno Ferreira), que, junto com a comunidade da Maré, lutará por justiça para Sushi.

Trailer

Bate-papo com a roteirista Camila Agustini

Tivemos a oportunidade de conversar com Camila Agustini, roteirista formada pela EICTV (Cuba), como consultora de roteiro, atuou em diversos projetos de longas (Mar de Dentro A Batalha de Shangri-lá) e séries (As Seguidoras Um Dia Qualquer). Confira a seguir:

BN: Qual foi a inspiração por trás da criação da série “Amar é Para os Fortes” e como você e sua equipe abordaram a construção dos personagens e enredos?

Camila Agustini: Tudo começou com um disco e um média-metragem, ambos do [Marcelo] D2, com o mesmo nome da série. A gente partiu do universo e dos personagens do filme e da abordagem proposta pelas músicas para começar a construir uma nova história que pudesse ser contada no formato de série. Foi a Antonia Pellegrino quem deu a ideia de contarmos a Guerra às Drogas a partir do ponto de vista das mães que perdem seus filhos nas operações policiais nas favelas. A partir daí começamos a pensar quem seriam os personagens, além daqueles que aproveitamos do filme, e o que aconteceria nesta história. Conversamos com muitas pessoas – policiais, ativistas, especialistas em segurança pública, mães que perderam filhos – que nos ajudaram a compreender melhor a complexidade e a responsabilidade que tínhamos pela frente.

Vimos também filmes e séries e lemos muito. E chegamos nesta história destas duas famílias que são atravessadas por uma violência brutal. E aí começamos a desenhar na sala de roteiro o que cada personagem faria e teria que passar ao longo da temporada. Eu fui a chefe da sala formada por Yasmin Thayná, Daniel Castro, Rafuda e Maria Isabel Iorio, com a colaboração do Geovani Martins. Conversamos muito e profundamente sobre todas as ideias que surgiam e sobre o que queríamos dizer com cada cena. Todos eles foram fundamentais para conseguirmos construir esta história com a densidade que ela demanda. Sabíamos que queríamos uma história que despertasse a consciência do público sobre a gravidade de um problema social que acontece cotidianamente em vários lugares do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, mas que também queríamos trazer algum tipo de esperança e revelar a força do afeto e da solidariedade.

BN: Trabalhar como roteirista em uma série que aborda questões emocionais e sociais desafiadoras pode ser emocionalmente desgastante. Como você lida com os desafios de criar histórias tão intensas e como isso impacta sua própria vida e perspectiva?

Camila Agustini: É a primeira vez que alguém me faz esta pergunta e eu agradeço porque é realmente um tema importante a ser discutido. Pouco se fala sobre a saúde mental e emocional dos profissionais que passam meses escrevendo e reescrevendo histórias que comovem o público. Foi muito difícil escrever esta série porque basicamente tivemos que ficar diariamente lidando com indignação e sentimento de impotência diante de um noticiário que não cansa de nos lembrar da urgência da nossa história. Chorei muitas vezes enquanto escrevia ou revisava os textos dos meus companheiros de sala porque estávamos escrevendo algo que nos tocava profundamente e que precisava ser contado.

Estar em sala de roteiro é por si só bastante exaustivo. São várias horas de reuniões diárias, mais toneladas de escrita e reescrita. E se além disso você está escrevendo algo que te exige emocionalmente é ainda mais estressante. Eu não tenho uma resposta sobre a melhor forma de lidar com isso, mas o que eu consegui fazer naquele momento foi estar atenta à minha saúde física e mental. Tentar fazer algum exercício regularmente, me alimentar o melhor possível, espairecer quando dava e conversar com as pessoas que admiro para não se perder no caminho. É sempre difícil, mas precisamos lembrar que nossas principais ferramentas são a nossa cabeça e o nosso coração, dependemos deles para contar o que queremos contar.

Conheça a sinopse de “Amar é Para os Fortes”

“Amar é Para os Fortes conta a saga de duas mulheres negras cariocas que veem seus destinos entrelaçados para sempre durante uma operação policial, no Dia das Mães. Rita perde seu filho de 11 anos, Sushi, para a violência policial. Edna é mãe de Digão, o policial que matou a criança. Buscando justiça e redenção, ambas irão enfrentar a corrupção policial e a morosidade do sistema judiciário. Rita terá o apoio de seu filho mais velho, o artista plástico Sinistro, que, junto com a comunidade da Maré, lutará por justiça para Sushi.”

Next Post

A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes: Snow sob os holofotes

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (The Hunger Games – The Ballad of Songbirds and Snakes), esperado longa inspirado no livro homônimo lançado em 2020, pela Editora Rocco chega aos cinemas brasileiros em 15 de novembro. Com direção de Francis Lawrence – responsável pelos últimos três longas da […]
"A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes": Snow sob os holofotes