A pressão sobre o filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, EUA, 2016) era grande, talvez até maior do que tudo o que já foi lançado nesta ascensão dos super-heróis nos cinemas. Afinal, além de homenagear a clássica e definitiva obra de Frank Miller, o título tem a missão de funcionar como ponto de ignição do chamado Universo Cinematográfico DC Comics. Reunindo os dois titãs dos quadrinhos pela primeira vez nas telonas, a ambiciosa megaprodução apresenta uma luta épica, efeitos especiais colossais, referências e a empolgante introdução da Mulher-Maravilha (Gal Gadot, de Velozes e Furiosos 7).
Dezoito meses após a batalha de Superman (Henry Cavill, de O Agente da U.N.C.L.E.) e o General Zod (Michael Shannon, de 99 Homes), exibida em O Homem de Aço, o mundo está dividido entre aqueles que idolatram o Filho de Krypton como um deus e os que acreditam que ele represente uma grande ameaça aos humanos e ao planeta Terra. O bilionário Bruce Wayne (Ben Affleck, de Argo) está no segundo grupo citado acima e direciona seus recursos à investigação sobre o extraterrestre de capa vermelha, ao mesmo tempo em que, como o Morcego de Gotham, caça e pune os criminosos.
Enquanto isso, em Metrópolis, a cidade vizinha, Clark Kent (Cavill) passa a morar junto de Lois Lane (Amy Adams, de Grandes Olhos), revezando-se como repórter do Planeta Diário, o jornal local, e o Superman, a esperança dos indefesos. Contudo, em meio a um mundo já confuso e à beira do colapso, o Homem de Aço se vê envolvido por uma série de incidentes trágicos, motivo suficiente para que ele entre na mira da senadora Finch (Holly Hunter, de Os Incríveis) e do CEO da LexCorp, Lex Luthor (Jesse Eisenberg, de A Rede Social).
Inspirado nos figurões do Vale do Silício, Luthor surge de maneira diferente do que os leitores de gibis conhecem, sendo demasiadamente articulado, piadista e muito excêntrico. Interessado em meta-humanos, ele age pelos bastidores, na tentativa de dominar o máximo de conhecimento sobre Superman, suas fraquezas e raízes em Krypton, mesmo que isso coloque todos no Dia do Juízo Final. Um mestre das marionetes, o Lex Luthor de Batman vs Superman: A Origem da Justiça diverte e revolta na boa atuação de Eisenberg.
No entanto, o destaque é mesmo a Mulher-Maravilha (por vezes, disfarçada de Diana Prince). Poderosa e confiante, como antecipou Michael Wilkinson – o figurinista do filme –, em sua participação na CCXP 2015, a Princesa Amazona logo se estabelece como uma igual a Superman e Batman (ou até superior ao Homem-Morcego), leva o elemento da mitologia grega para o Universo DC nos cinemas, mostra um detalhe de seu longa-metragem solo e é fundamental no combate ao antagonista batizado de Doomsday/Apocalypse.
Tendo base na obra de Frank Miller, Batman vs Superman não é a exata reprodução de Batman: O Cavaleiro das Trevas, mas carrega pontos marcantes da minissérie de HQs, como seus diálogos, cobertura da mídia e a descrição de Batman como um vigilante extremamente truculento e sádico, depois de 20 anos de combate aos vilões. Para Ben Affleck, interpretar um herói desgastado, porém, com vigor para encarar outras aventuras – programadas até 2020 pela DC–, não era uma tarefa fácil. E o resultado? Uma competente e precisa versão do Morcego de Gotham.
Tão poderoso quanto Batman, Superman e a Mulher-Maravilha juntos, o blockbuster exibe o confronto do século e ainda contém imagens de outros três membros da Liga da Justiça.
Aviso: o longa não possui cenas pós-créditos.
Batman vs Superman: A Origem da Justiça estreia nesta quinta-feira (24/03).