Dragon Ball: Sparking! Zero não é sobre esmagar botões

Trailer de Dragon Ball: Sparking! Zero revive trilha da saga Cell
Foto: Bandai Namco/Spike Chunsoft

Uma das coisas que mais me chamou atenção quando testei Dragon Ball: Sparking! Zero durante a Gamescom Latam 2024, foi sua proposta ‘plug and play‘. Não temos enrolações, ou um grande tutorial, porque simplesmente não é necessário. É pegar e jogar: uma das marcas registradas da série Budokai Tenkaichi ou Sparking! desde o PlayStation 2.

Isso é algo muito positivo, principalmente quando falamos de um gênero de jogo com tantas barreiras como o de luta. A diversão é garantida para quem está há meses jogando, ou para os jogadores de primeira viagem. Mas não se engane, Dragon Ball: Sparking! Zero não é sobre esmagar botões.

Para falar mais sobre, o Boletim Nerd teve a oportunidade de cobrir Dragon Ball: Sparking! Zero e trazer tudo o que achamos do mais novo jogo dos Guerreiros Z.

O legado de Budokai Tenkaichi

Dragon Ball: Sparking! Zero é uma sequência da trilogia Budokai Tenkaichi/Sparking! e carrega todos os principais pilares da série. Além do já citado plug and play, temos uma gama enorme de personagens com diferente estilos, golpes, etc, e lutas que beiram o cinematográfico com ataques cheios de efeitos e partículas.

Todos esses elementos são o que dão corpo para o principal fator desses jogos que citei: a diversão. Com muito alegria, posso afirmar que Dragon Ball Sparking! Zero não só eleva essa experiência como também beira a perfeição.

O game traz batalhas emocionantes, rápidas com muito efeitos e muita ação. É como se estivéssemos colocando a mão em um simulador de anime shounen, com todos os seus clichês e pontos altos. Para quem tentar jogar essa pérola, pode ter certeza que você vai se pegar querendo rever os principais momentos de Goku no anime. Particularmente, minha parte favorita sempre foi Namekusei e poder revisitar o arco em seu auge num jogo tão incrível é fantástico.

História de Dragon Ball recontada

Para testar todas essas mecânicas, jogamos o modo Batalha por Episódio, que oferece a história a partir da perspectiva de vários personagens. Claro que não poderia escolher outro lutador que não Goku, mas fique a vontade para seguir com alguns guerreiros como Piccolo, Trunks e até Goku Black.

Com Goku, iniciamos a jornada no início da Saga Z, onde Kakarotto enfrenta seu irmão Raditz. A história vai se passando através das lutas, algumas cenas animadas e também por quadros estáticos com narração, o que me incomodou um pouco.

Acho que perderam a grande chance de fazer essas transições entre luta e história com mais emoção. As imagens não passam, nem de longe, a sensação que foi ver Goku se transformar em Super Sayajin pela primeira vez, por exemplo. Além de tudo, essa abordagem quebra totalmente nossa imersão após combates intensos.

Dragon Ball Sparking! Zero Saga Boo
Foto: Bandai Namco

Falando em imersão, fiquei surpreso de quantas transições Dragon Ball: Sparking! Zero tem. Principalmente no modo história, é como se o game se dividisse pela: 50% para as lutas e 50% só para transições e narrativa. Esse empecilho nos acompanha desde a escolha das missões até quando perdemos para um inimigo. Claro que esse é o modo história, e queremos ver obviamente a história, mas acho que podiam encurtar algumas etapas e fazer um uso mais robusto dos potentes SSD’s da nova geração.

Apesar do pequeno empecilho, temos novidades na história. Em certos pontos, podemos tomar decisões um pouco diferentes do que vimos na TV Globinho. Optei, por exemplo, por não pedir ajuda ao Piccolo para enfrentar Raditz, o que levou para uma ramificação. Não espere um plot totalmente diferente com esses caminhos alternativos. Na realidade, não temos muita mudança, mas é algo divertido de se descobrir.

Dragon Ball: Sparking! Zero não é sobre esmagar botões

Diferente do modo casual, a Batalha de Episódio oferece desafios complicados. Mas é aqui que percebemos a profundidade do combate de Dragon Ball: Sparking! Zero.

Muitos fatores interferem na luta: a distância, quantidade de Ki, tipos de defesa, tipos de ataque, timing, enfim, temos muito a explorar. Claro que é possível sair esmurrando seu controle e ver no que dá, mas já digo que você irá passar por maus bocados se optar por esse caminho.

Me vi várias vezes criando estratégias para combater alguns inimigos ferozes, como Vegeta Oozaru, Bills e Frieza. Alguns deles são bem rápidos como o Dispo, já outros possuem uma força absurda, aqui estou falando de Jiren.

Para os inimigos fisicamente mais fortes, escolhi manter mais distância e usar ataques especiais com mais frequência, que me salvaram. Acertar nas defesas e contra-ataques também é essencial. Ler o movimento dos inimigos, entender seus ataques e o alcance deles é muito importante.

Citei tudo isso para deixar uma coisa clara: precisamos sim de estratégias nos combates e ‘spamar’ ataques com certeza não é uma delas. Isso me deixou particularmente feliz, porque significa que tem um aprendizado ali, tem uma progressão e evolução. Torna nossa experiência mais ativa e precisamos pensar rápido para acabar não perdendo nas batalhas.

Mas aí vai uma dica: dê uma passada no tutorial/treinamento e fique um tempo por lá. Apesar de uma estrutura estranha, isso vai te ajudar a não passar tanto sufoco.

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Bandai Namco Entertainment

Lutas lendárias e confrontos épicos

Após dominar ao menos o básico do combate, você estará pronto para vivenciar lutas épicas. Sério, Dragon Ball: Sparking! Zero replica o que vimos no anime. A velocidade, cenas icônicas, golpes familiares e adrenalina. Parece que é tudo feito para te trazer empolgação, desde uma esquiva para trás dos seus inimigos até um combo bem encaixado.

A trilha tem um papel importante aqui. Contudo, tenho que dizer que senti falta de algumas faixas icônicas, como a Ultimate Battle, de quando Goku atinge o Instinto Superior em Dragon Ball Super, por exemplo.

A arte se encaixa muito bem aqui. Pense no que foi feito em Dragon Ball FighterZ e imagine isso traduzido em um jogo 3D. Os cenários não são lá grandes coisas, agora o design dos personagens, os poderes e animações são simplesmente fantásticas. Faz jus ao ‘ simulador de anime shounen’ que falei mais acima.

Volta do ‘controller killer’

Para quem não sabe, Dragon Ball Budokai Tenkaichi 3 tinha a fama de ser um “controller killer“. Esse título surgiu, pois quando dois personagens usavam uma habilidade especial ao mesmo tempo, os jogadores precisavam girar o analógico rapidamente para ganhar a disputa. Perdi muitos controles paralelos naquela época, e, para minha surpresa, o controller killer voltou.

Na intensidade da batalha contra o Vegeta Oozaru, acabei danificando o gatilho direito do meu controle. Apesar de perder uma grana no conserto, achei muito engraçado reviver isso de novo. Cá entre nós, esses momentos são muito divertidos.

Veredito: Dragon Ball: Sparking! Zero é bom?

A essa altura, não vai ser surpresa dizer que Dragon Ball: Sparking! Zero é extremamente competente no que ele se propõe, trazendo muito conteúdo, diversos personagens e respeitando o legado deixado por Budokai Tenkaichi 3, um dos meus jogos favoritos da vida.

O game conseguiu agarrar a essência da coisa, a diversão, a adrenalina, tudo isso sem ser superficial, com um combate versátil que pode, ou não, ser explorado pelos jogadores. Definitivamente, estamos diante de um dos melhores jogos de 2024, essencial para quem ama Dragon Ball. Também recomendo para amantes de jogos co-op. Vai por mim, não há nada melhor que reunir seus amigos e quebrar uns controles!

Pontos positivos

  • Lutas emocionantes e cinematográficas;
  • Arte fantástica que combina com o estilo do jogo;
  • Profundidade no combate e controles;
  • Muito conteúdo adicional;
  • Respeito ao legado dos seus antecessores;
  • Extremamente divertido.

Pontos negativos

  • Abordagem no modo história sem sal;
  • Trilha sonora boa, porém senti falta das faixas originais do anime.

Detalhes

  • Onde jogamos: Xbox Series S
  • Tempo de jogo: 10h41
  • Versão analisada: v2.0.2.0
  • Gamertag: Cavalheiro#1502
  • Também disponível em: PlayStation 5 e PC

*Chave fornecida pela Bandai Namco

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