Em Diário dos Gatos, da JBC, o mangaká de terror Junji Ito conta a história e a rotina de seus dois gatos, Yon e Mu. Na história, Ito mistura elementos de horror com a divertida vida de seus gatinhos, retratando temas do cotidiano onde a maioria dos donos de gato irão se identificar, isso sem deixar de lado a sua arte, que o tornou uma lenda entre os mangakás de terror.
Pai de Pet
A história se baseia na própria vida do autor, representado pelo personagem Jota, sua esposa, Akko, e seus dois gatos, Yon e Mu. Em Diário dos Gatos, vemos Jota recém-casado, quando sua esposa resolve adotar o gato de seus sogros, Yon. Sendo assim, como um bom pai de pet, inicialmente Jota rechaça a ideia, afirmando que o gato é amaldiçoado.
Contudo, mesmo contra sua vontade, Jota acaba cedendo e, logo, Yon se muda para sua casa. Porém, temendo que o novo morador da casa se sentisse sozinho, Akko convence Jota a adotar um segundo gatinho, Mu.
A princípio, Jota fica reticente quanto a presença dos gatinhos. Mas, com o tempo, se rende a fofura de Yon e Mu, fazendo de tudo pelos gatinhos e se apegando à eles. Dessa forma, a história traz elementos que praticamente todos os donos de gato irão se identificar, como fugas inesperadas, arranhões, e a afeição pelos pets.
Tom e Atmosfera
Embora Diário dos Gatos seja essencialmente uma obra mais leve, ainda há uma sensação subjacente de desconforto e surrealismo, característica de Ito. O autor consegue mesclar o cômico com o perturbador de maneira delicada, oferecendo uma leitura que pode agradar tanto os fãs de suas obras mais intensas quanto aqueles que buscam algo mais suave, mas ainda assim com um toque de estranheza.
A sensação de suspense e o estranho se infiltrando na normalidade são constantes, mas o tom do mangá nunca se torna excessivamente pesado ou de terror explícito, o que torna a obra um tanto única dentro do universo de Ito.