Crônicas de Exorcismo: espetáculo visual com alma de cutscene

Crônicas de Exorcismo: espetáculo visual com alma de cutscene
Foto: Cinecolor

O tema “exorcismo” sempre esteve muito ligado ao suspense e ao terror. Filmes como “O Exorcista” e o “O Exorcismo de Emily Rose” marcaram época contando histórias assustadoras sobre rituais católicos para livrar inocentes de possessões demoníacas. Mas e se, dessa vez, o tema fosse abordado de uma perspectiva mais animesca, focando na ação? Essa é a proposta de Crônicas de Exorcismo: o Início, nova animação sul-coreana que acaba de chegar aos cinemas.

Espetáculo visual

O filme aposta tudo na força do visual, se esforçando para conquistar o público com uma estética ousada. E nesse aspecto, o longa realmente impressiona: a animação é deslumbrante, com cenários detalhados que beiram o gótico, unido a uma direção de arte que mergulha de cabeça no horror sobrenatural.

O destaque absoluto, porém, fica por conta das criaturas: os demônios são criativos, grotescos e assustadores, cada um trazendo uma identidade própria que dá peso às cenas de confronto. Em alguns momentos, inclusive, não seria surpresa se os espectadores tiverem algum calafrio frente às criaturas.

Os verdadeiros demônios de Crônicas de Exorcismo

No entanto, toda essa beleza plástica encontra seu maior inimigo na narrativa. A trama é arrastada e pouco envolvente, sem conseguir desenvolver personagens ou entregar reviravoltas marcantes. Se torna quase impossível se afeiçoar pelos personagens e torcer por eles, ao mesmo tempo em que todos os grandes acontecimentos se afundam no clichê.  

Desta forma, ao invés de se firmar como uma história autônoma, o filme passa a sensação de ser uma enorme cutscene de videogame — deslumbrante para os olhos, mas vazia no impacto emocional. O resultado é uma experiência que encanta visualmente, mas decepciona naquilo que mais importa: contar uma boa história.

Ainda que tivesse nas mãos todos os elementos para se tornar um marco na animação de horror, deixa no ar a sensação de que se trata de uma obra tão promissora quanto decepcionante.

Seus maiores demônios, portanto, não são as criaturas assustadoramente majestosas que antagonizam no filme, mas sim seus defeitos, que destroem qualquer proposta promissora — e dessa vez não há exorcismo que resolva. Para fãs de animação, Crônicas de Exorcismo – O Início até vale a conferida, mas para quem busca uma narrativa sólida, talvez a jornada não seja tão recompensadora.

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