Strike First
Depois de uma longa jornada do Youtube à Netflix, e do Vale à Barcelona, a série de artes marciais mais popular da atualidade chega ao fim. Cobra Kai estreou em 2018, com a proposta de aprofundar o personagem Johnny Lawrence, antagonista do filme original. Além disso, prometia trazer uma nova era de karatê ao Vale de San Fernando.
Os últimos episódios marcaram a terceira parte de uma temporada corrida, mas toda trabalhada ao redor de suas pontas soltas. Ao mesmo tempo em que focava na conclusão de cada trama apresentada – tanto do elenco adulto, quanto juvenil –, o último ano da série manteve seu foco original em Johnny Lawrence, e sua longa jornada de redenção.
Redenção a qual, vale ressaltar, foi muito além de apenas guiá-lo a se tornar um “cara legal”. O grande trunfo de Cobra Kai foi trabalhar na belíssima história de Johnny Lawrence, que foi aos poucos conquistando tudo aquilo que lhe foi tirado. Afinal, no Torneio de 1984, Johnny se mostrou mais uma vítima de um dojô tão tóxico quanto seu sensei. Ao perder a partida, comprovou haver uma pessoa boa ali dentro: “você é um cara maneiro, Larusso! Boa partida!”.

Strike Hard
Desta forma, com relação a toda a trama de Johnny e do dojô Cobra Kai, a última temporada trouxe uma conclusão impecável. De forma cíclica, a série termina sendo primorosa, com uma trama redondinha, espelhando a primeira temporada e o filme de 1984 para entregar um final extremamente satisfatório.
Ao mesmo tempo, a última leva apresenta alguns deslizes, principalmente em seus dois primeiros episódios. O 11º e 12º episódios da sexta temporada apresentam alguns desenvolvimentos bregas, caricatos e um tanto quanto exagerados, que tiram o espectador da imersão da obra.
Tais deslizes, entretanto, não comprometem a execução de um final exemplar. Cada personagem tem uma conclusão digna de sua trajetória até aqui, o que torna cada um dos desfechos agradáveis.

No Mercy
Além disso, o principal atrativo da série se mantém, e continua a encantar os fãs de Cobra Kai: porradaria de muitíssima qualidade. Praticamente todas as cenas de luta apresentam ótimas coreografias, guiadas por uma montagem que torna toda a experiência cada vez mais emocionante. Pela última vez, o público é convidado e incentivado a torcer pelos personagens da série.
Cobra Kai, portanto, encerra sua trajetória de forma bastante digna, homenageando todo seu caminho até aqui, e fechando suas tramas com chave de ouro. O público que teve o prazer de acompanhar as trajetórias e batalhas de Miguel Diaz, Tory Nichols, Samantha Larusso e Robby Keene, certamente não irá se decepcionar.
E, mais ainda, aqueles que torciam pela redenção de Johnny, podem finalmente se emocionar: “você é um cara maneiro, Lawrence”!