Eu era um garoto de 11 anos quando descobri o primeiro Devil May Cry. Sua história me impactou de forma estrondosa, pois, naquela época não existiam tanto jogos hack and slashes de qualidade, o que fez a série se tornar um símbolo para a geração PlayStation 2.
Produção nascida de uma versão cancelada de Resident Evil, o título apresentaria um personagem que teria forças e habilidades fora do comum, até a direção perceber que o game fugia totalmente dos padrões da série de zumbis, dando início a uma franquia inédita. Esta que já passou por altos e baixos e um reboot, em 2013.
Porém, todos queriam ver o bom e velho Dante de volta – afinal, todos sentimos sua falta desde de 2008.

Devil May Cry 5 se passa cinco anos após os acontecimentos do jogo anterior. Nero, agora, assumiu o manto de caçador de demônios e ficou responsável pela filial Devil May Cry em sua cidade ao lado de Nico, uma engenheira de armas. Tudo parece calmo até um demônio misterioso roubar o braço demoníaco de Nero e fugir com a criação de um portal.
Depois de alguns dias, o inédito V aparece no escritório de Dante e pede sua ajuda para derrotar o rei dos demônios, Urizen. A partir disso, o caminho dos três homens se conecta – ou melhor dizendo, temos Três Homens e um Conflito.
Os cenários e os visuais dos personagens estão realistas e estonteantes, graças ao engine gráfico RE Engine (usado por Resident Evil 2), que trouxe fotografia mais humana, diferente dos padrões de animes exibidos pelos jogos anteriores.
A jogabilidade clássica que consagrou a série retorna com melhorias, e temos personagens os jogáveis Nero, Dantes e V. O game é dividido em 20 missões, com algumas delas podendo ser jogadas com determinados personagens ou alternando os protagonistas, dependendo do cruzamento dos caminhos durante a história, o que aumenta ainda o fator de replay deste game – para podermos jogar em uma nova perspectiva.

Os três personagens possuem diferentes estilos, armas e poderes, o que torna a narrativa e experiência da jogatina uma surpresa. Nero é mais robusto e direto, além de possuir o Devil Breakers que podem ser criadas e alteradas para causar mais danos aos oponentes, com fabricação pela belíssima e talentosa Nico – uma das melhores adições, por sua simpatia e personalidade cativante.
Dante é o mesmo de sempre, contudo, mais velho sem nunca perder uma piada. É engraçado ver como sua essência permaneceu intacta. Seus jeitão de combate pode ser alterado junto com algumas armas. A maior surpresa é mesmo pelo enigmático e filosófico V, cujos armamentos são criaturas que ele controla, mantendo as lutas à distância para finalizar os inimigos em momento de fraqueza. Saímos da briga frenética para algo mais calculado.
Em toda sua trama, o game parece ter sido feito como uma transição, como uma despedida de Dante e um novo caminho para Nero. Acredito que cada amante da franquia e jogadores de viagem vão aprovar a experiência, que se conecta com a nostalgia dos primeiros games – em todas as cenas ou diálogos, eu me pegava sorrindo e lembrando do contato que tive com Devil May Cry há quase duas décadas.
Sem dúvidas, Devil May Cry 5 é um dos melhores da saga, em mais um acerto da CAPCOM, que provou que mais uma vez que suas franquias estão nos nossos corações e vivas nos joysticks. No fim, você terá apenas uma frase em mente: mas já acabou?