Com Gaby Amarantos cantando o refrão “calor do cão” no ritmo de “The Heat Is On”, da trilha de Um Tira da Pesada, o filme Cabras da Peste chegou à Netflix em 18 de março com uma proposta bem clara: ser uma comédia policial com a cara do Brasil. Para dar conta desse pastelão com ação e investigação, a produção tem como temperos principais os talentos de Edmilson Filho (O Shaolin do Sertão) e Matheus Nachtergaele (O Auto da Compadecida).
Na direção de Vitor Brandt (Malhação: Viva a Diferença), que assina o roteiro junto de Denis Nielsen (O Doutrinador: A Série), o título acompanha as desventuras do policial Bruceuilis (Filho) que, depois de ficar responsável por cuidar de uma cabra que é símbolo de Guaramobim, cidadezinha fictícia do interior do Ceará, e perdê-la, inicia uma busca desesperada para encontrar o animal e recuperar sua honra. E tal jornada leva o protagonista a São Paulo.
Mas como Máquina Mortífera, A Hora do Rush e outras produções do gênero, é necessária uma dupla. É aí que entra o personagem de Trindade (Nachtergaele), um escrivão que não demonstra o menor jeito para a ação. Porém, o esguio oficial carrega o peso da morte de um antigo companheiro durante uma operação contra o tráfico de drogas e vê na parceria com Bruceuilis uma nova chance para recuperar seu prestígio junto ao departamento de polícia.
É do Brasil
Porém, como diferença dos “enlatados” que vemos com frequência, esse original da Netflix aposta realmente na brasilidade, isto é, mais especificamente, em fazer humor com elementos característicos daqui do país. Seja no carisma do sotaque nordestino de Bruceuilis ou nas rotinas de Trindade na capital paulista – onde a interação com motoristas de aplicativo é rotineira –, a comédia mostra o lado divertido do Brasil.
O lado negativo também está presente e é personificado pelo deputado Zeca Brito, interpretado pelo cantor Falcão, que aproveita a “ponta” para tirar onda de ator, assim como tirar sarro de políticos atualmente em mandato fora da ficção.
