Astra – Lost in Space: mangá diverte com leveza e clichês

Carlos Bazela

A turma do ensino médio Colégio Caird vai passar cinco dias em um acampamento no planeta MCPA. Lá, eles não terão – a princípio – nenhuma supervisão dos adultos e deverão cooperar para sobreviver a nove anos-luz da Terra. Ou quatro horas de distância para as espaçonaves do ano de 2063. É assim que começa o primeiro volume de Astra – Lost in Space, mangá de Kenta Shinohara, publicado aqui pela Devir. Segundo a editora, a série terá cinco volumes ao todo.

Como o título diz, é óbvio que algo dá errado no passeio que, por mais estranho que pareça, é comum na época deles, e o grupo de nove estudantes acaba realmente perdido no espaço numa nave que não é a sua. E isso acontece da maneira mais original possível, com uma inexplicável esfera de luz engolindo os estudantes e jogando o grupo próximo de uma nave espacial abandonada.

O time é composto pela atrapalhada Aries, o descolado Luka, o gênio Zack, a temperamental Quitterie e sua irmã de 10 anos, Funícia. Temos também a calada Yunhua, o galã Charce, o misterioso Ulgar e o líder autoproclamado Kanata. E aí já se iniciam os clichês, afinal, fica perceptível desde as primeiras páginas qual será o papel de cada um e estabelecidos os “vilões” da trama. Pelo menos, a princípio.

Nesse primeiro número, fica evidente que eles precisarão ir para certos planetas em busca de mantimentos, como água e comida, se quiserem chegar vivos à Terra. Afinal, conforme os cálculos de Zack, estão a mais de cinco mil anos luz daqui. O que, usando a tecnologia da nave, pode significar três meses de distância ou mais do nosso planeta.

Prós e contras de dois gêneros

Essa mistura de filmes de acampamento da Sessão da Tarde com Perdidos no Espaço acaba trazendo o melhor e o pior dos dois mundos para Astra. A seu favor, o mangá desenvolve boas relações entre os personagens, pois a maioria dos clichês do gênero parece reservada apenas ao primeiro volume, com algumas paredes emocionais ruindo logo e abrindo espaço para outras narrativas em relação à interação do grupo.

O mangá pega leve demais no suspense. E, ainda que haja certa dose de mistérios, a edição inicial não traz momentos de alta tensão. Principalmente se compararmos com histórias similares em outras mídias, como o remake da série sessentista ou mesmo a animação Acampamento Jurássico, ambos da Netflix.

Mas, não dá para dizer que os clichês estragam a experiência e que os pontos negativos superam os positivos de Astra – Lost in The Space. A própria esfera misteriosa, responsável pelo teleporte dos jovens, volta a aparecer mais adiante, se mostrando um desafio recorrente do enredo e deixando todos curiosos sobre sua origem e intenções.

Os planetas que eles precisam explorar são outro ponto interessante pelos perigos da sua fauna e flora exóticos. O que pode atrair fãs de jogos como Mass Effect Andromeda, No Man’s Sky e os já iniciados em obras japonesas de temática escolar. No final, o mangá é entretenimento leve, com média carga dramática e que pode divertir em uma leitura mais despretensiosa, além de ter bons ganchos para plot twists. Resta saber se serão bem aproveitados ao longo da trama.

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