História vencedora do Eisner Awards, Arlequina: Quebrando Vidraças apresenta ao leitor uma nova versão de Harleen Quinzel e dos personagens que compõem seu núcleo em uma saga com muita representatividade e temas sociais.
Na trama, Harley é uma garotinha que acaba de se mudar para Gotham para morar com a avó após a mãe conseguir emprego em um cruzeiro. Chegando à cidade com uma mochila, 5 dólares e a roupa do corpo, Harley descobre que sua vó havia morrido e agora estava sozinha (ou quase). No prédio onde sua avó morava, uma drag queen chamada Mama oferece estadia a Harley, contanto que ela fosse para a escola e continuasse fofa.
Mama comanda um show de drags, com todo tipo de pessoas aparecendo para aproveitar o espetáculo. Porém, os bairros mais pobres de Gotham estão sofrendo com os empreendimentos da família Kane, que estão despejando gente nas ruas para erguer novos prédios. Logo, o show de drags de Mama se vê ameaçado.
É então que Harley, do seu próprio jeito, resolve arregaçar as mangas e lutar para que os ricos não destruam seu lar.
Os mais chegados
A história pertence ao selo DC Teens, direcionado ao público juvenil, e introduz de forma interessante muitos temas sociais atuais utilizando os personagens da DC.
Assim como no universo regular da DC, a amiga mais próxima de Harley é Hera (Venenosa), que aqui é uma jovem militante, vegana e dona de uma horta comunitária, além de ser filha de políticos que lutam pelas pessoas do bairro.
O Coringa é uma figura elegante e maliciosamente carismática que consegue mexer com os sentimentos de Harley usando a lábia. No quadrinho, o palhaço é o filho dos Kane, que busca promover o caos e insegurança nos bairros pobres para que os pais tenham mais facilidade em seus empreendimentos.
Engajamento social
Além dos personagens tradicionais, temos Mama, drag queen que se identifica como homem, e outras drags que compõem seu show, reforçando a diversidade e inclusão de temas LGBTQIA+ aos leitores mais novos.
Mesmo sendo uma trama para adolescentes, Arlequina: Quebrando Vidraça não se acanha em expor pautas sociais relevantes, tal como a marginalização de bairros periféricos e seus cidadãos, homofobia e o abandono governamental em áreas carentes.