A segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder estreia nesta quinta-feira (29), com 3 episódios, no Prime Video. Se no ano anterior, a série – que destrincha os eventos anteriores à trilogia de livros e filmes – se concentrou na questão “quem é Sauron?“, agora a pergunta é outra. Com o inimigo número 1 dos povos da Terra-média à solta, a trama tem seus personagens principais lidando com a seguinte questão: onde está Sauron?
Abaixo, você confere nossas primeiras impressões sobre o retorno da seriado baseado na obra de J. R. R. Tolkien:
Ascensão do vilão
A história em si, no desenrolar da temporada, prova que Sauron (Charlie Vickers) é tanto o antagonista quanto o protagonista. Por isso, a atração dedica sua introdução à explicar a queda do vilão em uma de suas tentativas de se tornar o Senhor do Escuro da Terra-média – substituindo Morgoth. Nisso, sua relação com o Uruk chamado Adar (Joseph Mawle) entra em cena. Essa rivalidade guia a narrativa em toda a sua extensão, culminando numa gigantesca e decisiva batalha mais adiante.
Enquanto Adar marca território com exércitos de orcs, que considera como filhos, Sauron – como Halbrand ou o Senhor dos Presentes, Annatar – avança em seus planos de conquistar elfos, anões e homens corrompendo-os com Anéis de Poder. Mudando de forma, Sauron é descrito como “o enganador”, manipulando como uma espécie de demônio da Terra-média.
Com apenas Galadriel (Morfydd Clark) tendo identificado Sauron como Halbrand, ele passa batido por personagens dos núcleos dos elfos e anões, que o procuraram em cada canto. Como um diabo à porta.
Mal que se espalha
Ao executar seus planos, Sauron faz a escuridão se espalhar por todo lado. Se você prestar atenção, ramificações em vermelho no mapa da abertura da série indicam a influência maligna de Sauron. Ao longo da temporada, o peso dos anéis sobre elfos e anões é notado, trazendo o que há de pior nas duas raças. Essa é uma questão bem trabalhada em “Os Anéis de Poder”. A parte ruim é que o ritmo com que isso acontece é lento, bastante lento.
Quase todos os 8 episódios têm mais 1h de duração. Então, detalhes sobre o progresso dos trabalhos de Sauron não faltam!
Trama em vários núcleos
Esta segunda temporada não altera muito a dinâmica da primeira. Por isso, o roteiro funciona com núcleos definidos.
Assim, vale ficar de olho na jornada do Estranho (Daniel Weyman) com Nori Brandyfoot (Markella Kavenagh) e Poppy Proudfellow (Megan Richards), na busca do mago por uma melhor compreensão sobre si e sobre seu papel. Este é um arco interessante pela construção de sua amizade com os pés-peludos e o impacto da aventura sobre a forma que os pequenos viverão depois.
Outro destaque está na parceria entre Arondir (Ismael Cruz Cordova) e Isildur (Maxim Baldry). Enquanto um encara o luto de um amor perdido, o outro descobre que é possível se apaixonar mesmo em tempos muito difíceis. Ter um personagem original ao lado de um clássico dá peso ao núcleo e mantém as coisas imprevisíveis. Aqui, a presença de Theo (Tyroe Muhafidin) garante a tensão e faz o público torcer pelo melhor, devido ao instinto volátil do jovem.
Por fim, os anões. Esses possuem um final triste e flamejante – você viu o porquê em O Senhor dos Anéis – graças à sua ambição. No entanto, o caminho até o desastre possui complexidades que vão cativar o espectador até a conclusão da temporada. O motivo disso está na saga do príncipe Durin IV (Owain Arthur), às turras com seu pai, o rei Durin III (Peter Mullan), sendo um dos únicos a entender que algo está errado e oferecer resistência ao estratagema de Sauron.
Por sua vez, infelizmente, o núcleo dos homens (de Númenor) é um dos que menos empolga, mesmo com grandes reviravoltas.
Veredito
Por conta de sua densa mitologia, consumir O Senhor dos Anéis sempre foi um exercício de curiosidade e perseverança. A recompensa? Conhecer uma histórica rica, cheia de significados e personagens inspiradores.
Em “Os Anéis de Poder”, não é diferente. Cada episódio vai exigir paciência e atenção, mas sua experiência melhora conforme for se dedicando e ampliando sua compreensão sobre cada nuance da trama.