Lançado sem alarde no catálogo da Netflix em 14 de abril, Amor e Monstros (Love and Monsters, Canadá/EUA, 2020) vem conquistando o público por oferecer uma experiência de aventura e romance com cara de “Sessão da Tarde”. De roteiro original e efeitos visuais caprichadíssimos (que renderam indicação ao Oscar), o longa acompanha um jovem que busca reencontrar o amor de sua adolescência numa Terra habitada por insetos gigantes.
Dirigido por Michael Matthews (Guerreiros de Marselha) e com roteiro de Brian Duffield (Ameaça Profunda), o filme apresenta ao telespectador um mundo 7 anos após seu apocalipse – que ocorreu quando a humanidade bombardeou um asteroide para salvar o planeta, só que isso acabou contaminando a atmosfera e causando mutações grotescas nos insetos e répteis. Sem puxar para o terror, o título foca no humor e num tom de redescoberta das belezas da vida.
Tudo por amor
Diante desse caos, temos Joel (Dylan O’Brien, da saga “Maze Runner”), um rapaz de 24 anos, sem qualquer habilidade especial, que vive em uma colônia de sobreviventes, ajudando como cozinheiro enquanto vê outros arriscando suas vidas caçando monstros. Nesses refúgios, todos têm uma alma gêmea, menos Joel. Acontece que Joel foi separado de sua antiga namorada, Aimee (Jessica Henwick, de Punho de Ferro), assim que o fim do mundo começou.
Para rever a moça, nosso protagonista decide largar tudo e se aventurar sozinho até a colônia em que Aimee reside. Porém, Joel tem um problema: ele sempre trava perante o perigo. Mesmo assim, ele começa a viajar e, sobrevivendo aos trancos e barrancos, aprende um pouco a respeito dos monstros e a como se virar na natureza. De maneira simples e bonita, a narrativa mostra que a receita para Joel evoluir é se permitir o erro e tirar lições disso.
Química animal
Se um homem apaixonado arriscando a pele por uma garota que talvez nem se lembre dele não foi o bastante para te comover, bom, seu parceiro com certeza o fará. No caminho, Joel encontra Boy, um cachorro com o qual desenvolve grande amizade. O trunfo aqui é que Boy é muito esperto, se comunicando com Joel como se fosse um humano – e isso faz com que eles sejam uma dupla perfeita. A dinâmica entre os dois garante doses de fofura e diversão.
Veredito
Despretensioso, Amor e Monstros exibe qualidade acima da média e esbanja carisma, o que torna o título a escolha certa para quem procura entretenimento. Além da mensagem impactante para os dias de hoje, a produção se sustenta pela boa atuação de Dylan O’Brien, que sai da zona de conforto e entrega um de seus melhores personagens até aqui.