Alma dá nova abordagem para fim da humanidade

Carlos Bazela
Alma dá nova abordagem para fim da humanidade

Em Alma, mangá de Shinji Mito, que acaba de chegar aqui pela Panini, o casal de adolescentes Rice e Ray pode ser o único resquício de vida humana na Terra. Vivendo numa cidade destruída e passando por um inverno interminável, eles seguem procurando por outras pessoas, contando com os registros fotográficos feitos por Lambda, um ciborgue em forma de hamster.

Contudo, Ray não desiste e vai cada vez mais longe em suas expedições para descobrir mais sobre o local onde vivem e tentar algum contato com outro ser da nossa espécie. Tudo muda quando naves futuristas tomam os céus e uma estranha androide atenta contra a vida dos dois. É, então, que Rice se revela também um robô e defende Ray da invasora. Mas, não sem ser mortalmente ferida.

Agora, totalmente sozinho, Ray decide deixar o abrigo para descobrir mais sobre as estranhas máquinas e se elas são mesmo a única coisa semelhante aos seres humanos que sobrou por aqui. Mas, que tipo de pessoa haveria sobrevivido ao encontro com um inimigo tão poderoso? Será que vale a pena encontrá-los.

Respostas e mais perguntas

Quando se começa a ler Alma, a sensação de mais do mesmo é inevitável. Afinal, a premissa pós-apocalíptica de mundo desolado por uma guerra contra máquinas sencientes tem sido abordada pela cultura pop desde os primórdios da ficção científica.

No entanto, o mangá consegue trazer novas camadas para o enredo entregando contexto logo de cara. Ainda que seja somente o primeiro volume, o leitor fica sabendo exatamente o que houve com o mundo e como as máquinas venceram. Aliás, a forma como isso é contado é um prato cheio para os fãs da série Westworld, uma vez que mostra os abusos das pessoas com os autônomos que, eventualmente se tornariam rebeldes também por soberba humana.

À beira da loucura

Mas, não pense que todos os segredos de Alma são revelados logo de cara. Ainda é preciso descobrir qual o papel de Ray em todo esse contexto e o porquê dele não ver as máquinas como ameaça e, em muitos momentos, vice-versa.

Aliás, o protagonista do mangá se revela uma presença forte e os momentos nos quais ele flerta com a insanidade após perder Rice, questionando os motivos de sua jornada, criam identificação e instigam ainda mais quem lê a acompanhá-lo.

Alma foi publicado originalmente no Japão entre 2019 e 2020 e concluído em quatro volumes.

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