Alien: Earth mantém o alto padrão de Romulus e mergulha na origem do horror biotecnológico

Alien: Earth tem novas espécies confirmadas; veja
Foto: FX

A nova série Alien: Earth, criada por Noah Hawley, reafirma a vitalidade da franquia iniciada por Ridley Scott em 1979. Situada em 2120 — dois anos antes dos eventos do primeiro Alien , a produção se conecta diretamente ao filme Alien: Romulus (2024), expandindo o mesmo universo retrofuturista e a estética de horror industrial que marcou o retorno triunfal da saga.

O ponto de partida é o acidente da nave de pesquisa USCSS Maginot, pertencente à Weyland-Yutani, que cai na Terra carregando espécimes alienígenas. O desastre reacende a disputa entre corporações — como Prodigy, Weyland-Yutani, Lynch, Dynamic e Threshold —, responsáveis por programas que misturam biotecnologia, imortalidade e controle social.

Híbridos, androides e ciborgues

É nesse cenário que surge Wendy (Sydney Chandler), uma híbrida — criança com mente humana transferida para um corpo sintético — que lidera o grupo “Lost Boys”, metáfora direta à mitologia de Peter Pan. Assim como os garotos perdidos, esses jovens são condenados à juventude eterna, presos em corpos quase imortais criados por conglomerados que brincam de deuses.

A série distingue três categorias de seres artificiais: os sintéticos, máquinas inteligentes sem consciência humana; os ciborgues, humanos com aprimoramentos mecânicos; e os híbridos, consciências humanas em corpos sintéticos. Essa diferenciação dá base ao dilema central — o que ainda é humano? — e à tensão entre corpo e alma em um mundo corporativo que transforma até a consciência em mercadoria.

Novos monstros

No campo do horror, Alien: Earth amplia a fauna da franquia. Além dos xenomorfos clássicos, há novos predadores biológicos como os Blood Bugs e o Eye Octopus, que infectam e distorcem corpos humanos em mutações grotescas. A sensação de perigo é constante — cada episódio alterna momentos de suspense silencioso e pavor explícito, com efeitos práticos que evocam o cinema dos anos 1980. As consequências físicas e psicológicas desses encontros são bizarras e, por vezes, perturbadoras, lembrando ao público que, no universo Alien, o verdadeiro terror é a perda da humanidade.

Experiência visual

Visualmente, a produção impressiona. A ambientação retrofuturista — repleta de telas de tubo, maquinário analógico e atmosfera claustrofóbica — dialoga com a estética de Romulus e reforça a coesão visual da franquia. A trilha sonora de Jeff Russo combina orquestra e rock pesado, encerrando cada episódio com músicas de bandas como Metallica, Tool e Black Sabbath, o que amplia o impacto emocional e a sensação de grandiosidade.

Com narrativa densa, comentários políticos e ambição estética, Alien: Earth consolida o novo ciclo da franquia nos cinemas e na TV. É ficção científica de alta qualidade, que honra o legado de Alien ao mesmo tempo em que abre novas fronteiras — tanto na mitologia quanto no medo.

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