A amizade entre homem e cachorro vem de longe – afinal, nenhuma parceria verdadeira se constrói do dia para a noite. Mas, então, como será que teve início uma das relações mais antigas do mundo? Sim, vamos precisar voltar no tempo, tipo, algo em torno de 20 mil anos, período em que se passa Alfa (Alpha, EUA, 2018). Lançamento da Sony Pictures, o filme acompanha a jornada do jovem Keda (Kodi Smit-McPhee, de X-Men: Apocalipse), o primeiro humano a aliar-se a um animal para sobreviver em um mundo selvagem e de clima hostil, com cuidado mútuo.
Com direção e roteiro de Albert Hughes (O Livro de Eli), a produção sintetiza em apenas 1h e 36 minutos de história todo o desenvolvimento da amizade entre Keda – um adolescente preparado para ser o grande caçador da comunidade – e Alfa – um lobo, líder de sua matilha e considerado como rival da tribo de homens. No entanto, quando ambos são acidentalmente deixados para trás, precisam superar suas diferenças e os desafios impostos pela natureza para que, juntos, possam retornar para casa antes que do inverno rigoroso e duradouro.

Visualmente, a obra tenta entregar uma experiência brutal e poderosa – no que chega a lembrar 300, de Zack Snyder –, apoiando-se em animais e no aspecto climático, porém, quando se trata de elementos criados em computação gráfica, os resultados se mostram artificiais e em nada impressionam. Se a estética falha, contudo, o título é muito assertivo ao entregar a mensagem de que espécies distintas podem conviver em harmonia mesmo em tempos difíceis, uma vez que, após milhares de anos, a humanidade age como se tivesse esquecido dessa possibilidade.
Mesmo distante da perfeição, o longa tem a capacidade de cativar, comover e até surpreender, especialmente se você já teve a honra de contar com a amizade de um cãozinho.
Alfa está em cartaz nos cinemas desde 6 de setembro.