A relação recente dos fãs com Star Wars não é das mais pacíficas, muito por conta da última trilogia. Essa relação também não foi das melhores, é verdade, com a trilogia de prequels, do início dos anos 2000. A figura de Anakin Skywalker, além de ser a base de toda a saga Skywalker, foi parte disso e sofreu os impactos da rejeição parcial do público com os filmes de duas décadas atrás. Mas, no Disney+, o personagem vivido por Hayden Christensen encontrou certa redenção.
Isso só pode ser dito por conta de sua participação no 5º episódio de Ahsoka, a mais nova série da Lucasfilm.
Destinos cruzados
O capítulo tem maior peso não apenas por marcar o retorno de Christensen – isso já havia acontecido em Obi-Wan Kenobi. A importância do encontro se dá por conta de Anakin ter sido o mestre de Ahsoka Tano (Rosario Dawson), como visto em Star Wars: Clone Wars (2008-2020). No entanto, em seu caminho para se tornar Darth Vader, Skywalker jamais concluiu o treinamento da Padawan. Com isso, Ahsoka ficou orbitando num limbo, sem poder se considerar, de fato, uma Jedi.
O reencontro, com Ahsoka numa experiência de quase morte (por conta de outro combate), coloca a lembrança do mestre diante da aluna para sua última lição. Além disso, o episódio dirigido por Dave Filoni, a mente responsável por revitalizar Star Wars no streaming, usa do primor técnico para ressaltar a transição de Anakin para Vader. Algo digno de aclamação.
Dever cumprido
É claro que nada redime os feitos de Darth Vader. Mas, de todas as falhas de Skywalker em seu destino perturbado, ter deixado Ahsoka na mão com certeza foi a mais imperdoável. Agora, com uma produção de nível cinematográfico, ele remove sua última pendência, permitindo o desenvolver da personagem e de sua história na série. Para quem conferiu os prequels na telona, revê-lo sem a respiração abafada pela máscara é uma tremenda nostalgia.
