Acompanhante Perfeita: suspense necessário e assustador

Acompanhante Perfeita: suspense necessário e assustador
Foto: Warner Bros. Pictures

Estreando nesta quinta-feira (6) nos cinemas brasileiros, Acompanhante Perfeita é um daqueles filmes em que vale a pena ficar de olho. O longa tem direção e roteiro de Drew Hancock, conhecido por Suburgatório e My Dead Ex, e chama a atenção por trazer um mix de suspense sobre relacionamentos tóxicos e questionamentos sobre o uso de tecnologia avançada.

Com apenas 1h37 de duração, a história gira em torno de Iris (Sophie Thatcher), jovem que acredita estar em uma viagem romântica com seu namorado, Josh (Jack Quaid). O destino? Uma mansão afastada, junto a um grupo de amigos – de Josh. Chegando lá, o que parecia um encontro de casais vai se revelando uma trama conspiratória repleta de camadas.

Alerta sobre relacionamentos tóxicos

Para começar, Kat (Megan Suri), a mais próxima de Josh, tem uma relação de interesse com o gângster russo e ricaço Sergey (Rupert Friend). A moça, por conta disso, olha com desdém para Iris, embora a protagonista não saiba o porquê. Completando a roda, os aparentemente bastante apaixonados Eli (Harvey Guillén) e Patrick (Lukas Gage). Iris navega pelo grupo, julgando (de leve) Kat e se identificando com a vontade de Patrick em agradar seu parceiro.

Acompanhante Perfeita: thriller promete ser de tirar o fôlego
Foto: cortesia da Warner Bros. Pictures

Iris, por sua vez, acaba sendo vista como uma espécie de acessório que compõe a suposta vida perfeita de Josh, como uma “acompanhante perfeita” para o rapaz após um encontro para lá de clichê em um supermercado. Detalhes não tão sutis colocados no filme destacam os comandos que Josh dá a Iris, para se comportar como ele quer, para satisfazê-lo quando estão a sós, o que lhe dá um status “menos humano” – como se ela não pudesse ter seu próprio jeito e necessidades.

Neste ponto, a produção causa impacto ao botar em tela um relacionamento desequilibrado, em que uma parte somente demanda e ostenta aparências. Enquanto isso, o outro lado, que não é ouvido, tem apenas a função de servir. Ou seja, talvez uma das definições para um relacionamento tóxico.

Ficção futurista, mas nem tanto

À medida que questões como sentimento de posse e manipulação vão escalando, o filme dirige suas atenções para explorar o que pode ser entendido como ficção científica. Afinal, como visto no trailer, é revelado que Iris, na verdade, é um robô que funciona a partir de Inteligência Artificial (IA). O que inicialmente se insinua como um debate futurista logo reflete na atualidade, uma vez que as IAs estão se popularizando e fazendo parte de atividades diárias.

Além disso, empresas de tecnologia, como a Tesla, de Elon Musk, já projetam uma população androide para tempos não tão distantes. Enquanto isso, hoje em dia, já há casos de pessoas que, de alguma forma, desenvolvem relacionamentos com suas IAs. Sendo assim, o título brinca sobre esse tipo de situação de um jeito diabolicamente irreverente – e propõe reflexões necessárias.

Veredito

Na prática, Acompanhante Perfeita chega sem tanto alarde, mas deve ser um dos filmes do ano.

A mistura entre suspense e sci-fi, somada ao horror e humor irônico, ressaltam ainda mais as pautas sensíveis tocadas pela produção lançada pela Warner Bros. Pictures. Destaque para Sophie Thatcher, que toma o longa para si e brilha com uma atuação versátil e intensa.

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