Dentre tantas produções com temática queer que encantaram o público nos últimos anos, uma delas se destacou por representar os conflitos da realeza sueca, em meio aos problemas da juventude. Em 2021, Young Royals estreou na Netflix trazendo a história de Wilhelm, príncipe da Suécia que se apaixona por Simon, um jovem imigrante que tem uma bolsa de estudos no renomado colégio em que ambos estudam.
Neste último ano, a trama se aprofunda nos conflitos pré-estabelecidos entre os personagens. Enquanto Simon agora deve lidar com o fato de ser uma figura pública – o namorado do príncipe herdeiro –, Wilhelm deve enfrentar o atrito entre as obrigações da realeza com os anseios de ter uma vida comum.
Simultaneamente, trata de se aprofundar pela última vez nas tramas secundárias que permeiam os corredores do colégio Hillerska, sendo quase tão interessantes quanto o relacionamento dos protagonistas. Desde August, que busca desesperadamente sua redenção, até Felice e Sara, que enfrentam os temores e inseguranças da adolescência rumo à amizade que um dia tiveram.
Mesmo assim, o brilho da 3ª temporada – e da série – segue sendo o relacionamento de Wilhelm e Simon. Com uma boa escrita e atuação melhor ainda, a química entre ambos os protagonistas já seria o bastante para conquistar o espectador, mas o mérito de Young Royals vai muito além disso.
O relacionamento dos protagonistas se destaca, dentre tantos outros na cultura pop atual, pela forma que consegue equilibrar diversos fatores cativantes e, ao mesmo tempo, opostos. Ao mesmo tempo em que o relacionamento expressa inocência, exala luxúria; carinho e sensualidade; medo e valentia; e, por fim, certeza e dúvida.
Por um lado, se engana quem pensa que Young Royals se resume a uma série de romance teen. Por outro, é justo dizer que entrega tudo o que propõe de forma bastante eficaz, tendo no amor sua mensagem principal.
Não só se aprofunda no amor romântico, como a maioria das séries teen fazem, mas também explora as diferentes facetas deste sentimento. Desta forma, a série também discute o amor de amizade, com Felice e Sara; o amor materno, com o conflito de Wilhelm com as expectativas de sua mãe; e até mesmo o amor-próprio – como é o caso de August.
A série, portanto, finaliza sua trajetória mostrando ao que veio, entregando uma história de amor que ultrapassa as limitações do romântico. Com personagens bem escritos, tramas interessantes e uma singela reflexão sobre classes, Young Royals pode ser cativante para aqueles dispostos a abrir o coração para novas histórias.