A história de uma mãe solteira que, ao começar a namorar, precisa enfrentar a desaprovação dos filhos não é novidade para ninguém. Aceitar um novo membro em nosso núcleo familiar, principalmente substituindo o lugar de alguém que já partiu, certamente não é algo fácil. E assim vemos em Tudo em Família, novo filme da Netflix.
O diferencial desta história é que a protagonista Zara, interpretada por Joey King, não está incomodada apenas pela mãe ter um novo namorado. O problema está em seu novo padrasto ser seu chefe um tanto quanto abusivo, Chris, interpretado por Zac Efron.
O elenco fica completo com Nicole Kidman como a mãe de Zara, Brooke; e também Kathy Bates como a avó, Leila. Sendo o principal destaque da obra, Tudo em Família chama a atenção com este elenco com nomes de peso, marcando presença de quatro gerações de Hollywood.
O filme diverte na medida certa, apresentando alguns clichês de comédia românticas que acabam sendo muito bem-vindos. Como de costume para o gênero, foca mais no romance do que na comédia, mas sem perder o bom humor esporádico.
Mesmo que surpreendente para alguns, o casal interpretado por Efron e Kidman realmente funciona, tendo química de sobra. O desenvolvimento da relação faz com que o espectador torça para que esse casal dê certo, ainda que ultrapassando os defeitos do personagem que, momentos antes, se mostrou bastante tóxico com sua assistente, filha da sua parceira.
A verdadeira química do filme, entretanto, está na relação dos personagens de Efron e King. A conexão dos dois vai ficando cada vez mais forte pelos olhos do espectador, conforme a relação tóxica entre patrão e funcionária é retratada de forma bem-humorada.
Fica claro que Zara e Chris se importam um com o outro, mas suas percepções acabam tornando a relação tóxica para ambos os lados. Enquanto ele exige demais dela, ela subestima seus talentos e o trata como se ele não fosse capaz de tomar as próprias decisões. Além de chefe e assistente, a visão de que também eram amigos é apresentada aos poucos para o público, apenas para se transformarem em uma família ao longo do filme.
Tudo em Família, portanto, não reinventa o gênero, mas sabe satisfazer com personagens cativantes. A partir de clichês e daquilo que já nos é familiar, utiliza uma abordagem descontraída e cômica. Por fim, entrega um produto final que, apesar de batido, sabe divertir.