Runaways: Série não foge às raízes numa das melhores adaptações da Marvel

Quando você é adolescente, é normal pensar coisas como: “meus pais só podem ser vilões, não é possível?”. Sim, isso é possível e é o que acontece na primeira temporada de Runaways, a nova série da Marvel, que chegou ao seu final na semana passada na TV dos Estados Unidos. Inspirada pelos quadrinhos de Brian K. Vaughan e Adrian Alphona, a atração conta a história de um grupo de jovens que descobre seus parentes fazem parte da organização ORGULHO (“PRIDE”, em inglês), enquanto lidam com as mudanças da vida na adolescência.

Com 10 episódios em sua 1ª temporada, o programa criado por Josh Schwartz (Chuck) e Stephanie Savage (Gossip Girl) promove uma experiência repleta de aventura e suspense, que não só permeia as diferentes esferas do universo Marvel – há personagens ligados a viagens no tempo, experiências genéticas, alienígenas, tecnologias avançadíssimas e mais –, como também fala sobre a força da amizade, definição de caráter, os primeiros romances e a procura por identidade – todos assuntos pertinentes para quem está beirando a vida adulta.

Lidando com hormônios em ebulição e traumas do passado, os Fugitivos se reúnem contra a ameaça dos seus pais! (Foto: Patrick Wymore/Hulu)

Tão fiel quanto uma adaptação pode ser, Marvel’s Runaways acompanha a saga dos amigos Alex Wilder (Rhenzy Feliz, de Teen Wolf), Nico Minoru (Lyrica Okano, de The Affair), Karolina Dean (Virginia Gardner, de Como Eu Morro), Gertrude ‘Gert’ Yorkes (Ariela Barer, de Atypical), Chase Stein (Gregg Sulkin, de Faking It) e Molly Hernandez (Allegra Acosta, de 100 Coisas para Fazer Antes do High School), que lidam com os desafios da puberdade, diferenças entre si e, claro, com seus pais, a quem flagram num bizarro ritual que culmina no assassinato de uma jovem.

Do outro lado, Geoffrey (Ryan Sands, de The Wire) e Catherine Wilder (Angel Parker, de American Crime Story), Tina (Brittany Ishibashi, de Supernatural) e Robert Minoru (James Yaegashi, de Demolidor), Leslie (Annie Wersching, de Bosch) e Frank Dean (Kip Pardue, de Ray Donovan), Victor (James Marsters, de Buffy: A Caça-Vampiros) e Janet Stein (Ever Carradine, de Goliath) se veem envolvidos numa seita sinistra, que deixou um rastro de vítimas ao longo dos anos e tem manipulado a mídia, a polícia e o cenário político da Califórnia (EUA).

Em troca de sucesso e poder, esse grupo faz sacrifícios para uma estranha criatura. (Foto: Patrick Wymore/Hulu)

Focado em um tipo de mal que foge aos olhos dos Vingadores, o seriado mostra como um grupo de figurões da alta sociedade da cidade de Los Angeles consegue erguer um império sob o disfarce de uma igreja, grupo de tecnologia, empreiteira etc., em nome de um ser ancestral chamado Gibborim. Porém, quando as coisas começam a fugir do controle do ORGULHO, antigas desavenças, problemas conjugais e um velho conhecido – o misterioso “Jonah” (interpretado por Julian McMahon, de Quarteto Fantástico) – voltam à tona.

Destoando positivamente das outras produções da Marvel, a versão televisiva de Fugitivos (em tradução) chega como um drama complexo que vai além do gênero de super-heróis, trazendo debates sobre bullying, assédio sexual, adoção e violência doméstica, por exemplo. Para isso, o programa originalmente transmitido pela plataforma de streaming Hulu (indisponível no Brasil) implementa modificações para tornar suas discussões mais atualizadas – já que as primeiras edições de Runaways foram publicadas em 2003 e, desde então, muito mudou.

Jovens problemáticos correndo por LA com um dinossauro. Esse é o tipo de coisa que se vê em Runaways! (Foto: Hulu)

Alternativa, a série, que será exibida no Brasil pelo Canal Sony – a partir de 20 de fevereiro, às 23h –, tem um trato mais delicado e ritmo cadenciado, o que dá espaço para o desenvolvimentos e conclusão dos dramas pessoais da maioria dos personagens principais – embora haja muito “fan service”, como referências aos quadrinhos, aparição de Stan Lee (no sexto capítulo) e presença do dinossauro Alfazema, Cajado do Absoluto e da manopla high-tech batizada de Fistigonas.

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