Rebel Moon: 1ª parte tem mitologia, mas falta profundidade

Rebel Moon: 1ª parte tem mitologia, mas falta profundidade
Cortesia da Netflix

A parceria de Zack Snyder com a Netflix segue forte. Depois de Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (2021), o diretor lança Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo, uma aventura de ficção científica e fantasia influenciada por Star Wars. O filme foi destaque na programação da CCXP23 e, desde seu lançamento, tem recebido duras críticas. Mas será que é tão ruim assim?

Ópera espacial com viés político

No universo de “Rebel Moon”, o chamado Mundo-Mãe estende seu domínio há séculos pela galáxia. Mesmo com o assassinato de seu rei, a máquina não parou de girar e seus exércitos continuam escravizando planetas para consumir seus recursos. Para completar, as forças do Mundo-Mãe não só combatem, como caçam os rebeldes que o desafiam.

Não é o ápice de criatividade, é verdade. Mas todo gênero possui seus estereótipos. Assim, partimos para o pacato a Veldt, uma lua dedicada à agricultura. Lá está a protagonista Kora (Sofia Boutella) que, como é de se esperar, não é uma simples fazendeira. Em seu histórico, a moça esteve entre as fileiras do Mundo-Mãe e traz questões mal resolvidas.

No roteiro, escrito por Snyder com Kurt Johnstad (Atômica) e Shay Hatten (John Wick 4: Baba Yaga), o gatilho é a chegada do almirante Atticus Noble (Ed Skrein). Ele crava os interesses do império sobre os grãos de Veldt, com Skrein em papel semelhante ao que fez em Deadpool (2016). A história é básica, incrementada apenas pelo visual distópico.

Até aqui, chamam a atenção os efeitos visuais impecáveis e a quebra na programação do robô Jimmy (Anthony Hopkins). Ele tem como predefinição não atacar desde a morte do rei, mas um ato de heroísmo o coloca num caminho interessante – que não é abordado nesta primeira parte.

Potencial para mais

Quase de última hora, foi anunciado que “Rebel Moon” seria dividido em duas partes. Desta forma, “A Menina do Fogo” conta com 2h13 de duração. Por isso, fica a sensação de que a história entrega menos do que poderia. Há uma mitologia própria, questões sociais e políticas e até magia no universo criado por Snyder. No entanto, o enredo se concentra na saga de Kora e do agricultor Gunnar (Michiel Huisman) para reunir aliados no combate ao Mundo-Mãe.

Assim, quando a dupla finalmente coloca o domador de feras Tarak (Staz Nair), a espadachim Nemesis (Bae Doona), o general Titus (Djimon Hounsou) e o rebelde Bloodaxe (Ray Fisher) lado a lado, o filme acaba. Talvez 1h a mais poderia dar profundidade ao grupo de revolucionários, o que é uma necessidade da obra que retorna com seu segundo título em abril. Afinal, se o longa não conquista o público para torcer por eles em sua estreia, será difícil que o público volte na metade final.

A jornada de recrutamento traz elementos de fácil identificação com “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis” e “Alita: Anjo de Combate”, que fizeram sucesso entre fãs da cultura nerd. No entanto, a abordagem superficial dessa ótima base dá ares genéricos a uma superprodução que tinha tudo para agradar.

Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes estreia em 19 de abril. Veja o trailer:

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