Power Rangers: Agora e Sempre se resume a uma boa ideia

Carlos Bazela
Power Rangers: Agora e Sempre se resume a uma boa ideia
Cortesia da Netflix

Power Rangers está em alta. Seja pela série em quadrinhos da Boom! Studios ou por alguns rumores que circundam um novo reboot da franquia, os heróis coloridos baseados nos tokusatsus japoneses receberam um novo fôlego depois que a Hasbro – mesma empresa de Transformers – comprou a franquia.

E os reflexos na TV já começaram a surgir. Desde as séries Dino Fury e Cosmic Fury, criadas para a Netflix, com histórias originais e sem ser adaptações dos super sentais do oriente. Outra criação para o streaming foi Power Rangers: Agora e Sempre, filme que reúne parte do elenco original para contar uma nova história sob a direção de Charlie Haskell, que tem no currículo episódios de diferentes séries da franquia.

Na trama, um experimento de Billy Cranston (David Yost), o Ranger Azul, acaba dando vida a uma versão robô de Rita Repulsa. A bruxa mecânica tem uma missão: ir à Lua e ressuscitar a vilã de carne e osso para que ela possa dominar o planeta. Com os seis Rangers unidos para derrotar a RoboRita, quem leva pior é Trini, a Ranger Amarela, que morre deixando sua filha adolescente Minh Kwan (Charlie Kersh) sob os cuidados de Billy e Zack Taylor (Wallter Jones), o Ranger Preto.

Cabe agora aos dois heróis ensinar à garota o que é preciso para que ela possa lutar ao lado do grupo usando o morfador da mãe para vestir o traje de Tigre Dente-de-sabre.

Pura nostalgia

Assistir “Agora e Sempre” é voltar 30 anos no tempo. Ver alguns atores da época de volta em suas roupas coloridas traz uma ótima sensação de nostalgia. Falando neles, aliás, o traje de Ranger Rosa está com Kat Hillard (Catherine Sutherland), que substituiu Kimberly Hart (Amy Jo Johnson) no grupo.

Adam Park (Johnny Yong Bosch) e Rocky DeSantos, os segundos Rangers Preto e Vermelho, respectivamente, também fazem participações especiais. Ver o Megazord original feito em computador e com uma gama maior de movimentos é outra alegria para a criança interior.

Contudo, não ver Jason David Frank, o eterno Tommy Oliver, que participou de diversas séries de Power Rangers com diferentes uniformes é uma falta sentida. Ainda mais quando relembramos sua morte pouco antes do lançamento do filme. Já para a também falecida Thuy Trang, a Trini da série original, ficou a homenagem no roteiro, com a passagem de bastão para Minh Kwan.

Enredo preguiçoso

“Power Rangers: Agora e Sempre” traz Billy e Zack com um papel mais ativo de liderança, o que é diferente em uma dinâmica na qual as cores vermelha e branca sempre comandaram, mas nada que incomode. E tudo bem também que alguns atores não tenham topado vestir colantes já na meia-idade.

Mas é no roteiro, de Becca Barnes, Alwyn Dale e Haim Saban, que o filme derrapa. Como se não tivessem se preparado para as ausências no elenco, a história inclui personagens que precisaram trazer pessoas genéricas nos papéis de Kimberly, Jason e Tommy. Fora o pouco foco em personagens que sempre foram cruciais na série, a trama ainda apela para o recurso nada criativo da captura pelo vilão logo de início para justificar as substituições e tirar os personagens de cena.

Outro problema é a presença do Ranger Verde. Desconsiderando completamente a sua mudança para Ranger Branco, mesmo em tempos atuais, a história parece não levar a própria mitologia de Power Rangers a sério.

Assim, “Agora e Sempre” é uma ótima ideia para relembrar a inocência de gerações passadas. Contudo, a execução simplista testa a inteligência do público mais adulto, a quem o filme se destina de fato, deixando um gosto amargo nesse doce colorido, que acaba não fazendo jus à infância.

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