Planetary: História e Ciência encontram o impossível

Carlos Bazela
Planetary: quando a História e a Ciência encontram o impossível

A frase repetida em várias histórias de Planetary é a melhor definição que o quadrinho, escrito por Warren Ellis e ilustrado por John Cassaday, poderia ter: “É um mundo estranho. Vamos mantê-lo assim”.

No enredo, acompanhamos Jakita Wagner e O Baterista, a dupla de operativos de campo da Organização Planetary, recrutando um homem chamado Elijah Snow. Eles trazem uma proposta tão tentadora quanto sinistra: um emprego que paga um milhão de dólares por ano, para sempre, até o fim da vida, desde que ele se juntasse aos dois em sua missão, que é, essencialmente, escavar a história secreta do planeta Terra, angariar dados e protegê-los.

Se isso fosse pouco, vale dizer que Snow, que sofre de amnésia, tem o estranho poder de roubar calor ao seu redor de acordo com sua vontade, Jakita tem força, velocidade e resistência sobre-humanas e O Baterista é capaz de interceptar e compreender qualquer tipo de informação, não importa o meio em que ela circule.

Explorando um mundo estranho

Com o trio de protagonistas apresentado, começam as viagens ao redor do mundo para desvendar toda a sorte de casos bizarros, como uma ilha no Japão povoada por kaijus mortos, que atraiu um culto de fanáticos, um detetive fantasma que está assassinando membros de gangues de Hong Kong, ou mesmo um computador quântico dos anos 1950 que é capaz de acessar multiversos para “consertar” a realidade, remendando-a com outras versões da Terra.

Fora a criatividade das tramas, a genialidade de Planetary está em trazer explicações científicas verossímeis, mesmo para os casos mais esquisitos. Ótimas como histórias individuais, as narrativas se encaixam como quebra-cabeças para desbloquear a memória de Snow, que levam a mistérios ainda maiores.

Assim, embora sejam úteis, as habilidades sobre-humanas dos três personagens acabam ficando em segundo plano, cedendo espaço para a ficção científica costurada com fatos históricos, o suspense e até uma pitada de horror. Principalmente quando entra em ação um grupo de pessoas que também está explorando os limites da ciência, mas para benefício próprio.

Crossovers de respeito

Com todas as histórias publicadas em dois encadernados pela Panini, Planetary ainda tem crossovers com Batman, Liga da Justiça e com outro supergrupo da Wild Storm que também foi parar nas mãos da DC Comics: o Authority.

Assim, os dois livros em capa dura são a oportunidade perfeita para mergulhar numa leitura divertida, cativante e com personagens que confrontam os limites da humanidade todos os dias. Mas também para conhecer um novo universo de contos que compõem o repertório da Wild Storm.

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