Perdidos no Espaço: tensão toma conta da 2ª temporada

Carlos Bazela

A 2ª temporada de Perdidos no Espaço chegou ao catálogo da Netflix em 24 de dezembro. E é justamente com esse espírito de comemoração e leveza de véspera de Natal que o primeiro episódio começa. Porém, o clima tranquilo fica mesmo só no começo. Logo, tudo é tomado por uma atmosfera de preocupação no qual os Robinson precisam colocar suas capacidades físicas e mentais no limite para sobreviver.

Tensão, aliás, é o mote dos 10 episódios deste segundo ano do remake. Situações adversas em sequência testam ainda mais todas as capacidades de Maureen (Molly Parker, de House of Cards), John (Toby Stephens, de 007 – Um Novo Dia para Morrer), Judy (Taylor Russel, de Falling Skyes), Penny (Mina Sundwall, de Maggie tem um Plano) e de Will Robinson (Maxwell Jenkins, de Sense 8), bem como os nervos do espectador.

LOST IN SPACE

Nesta temporada, chegar até o planeta Alpha Centauri continua sendo o objetivo, mas isso nunca pareceu tão distante. Além disso, segredos que ameaçam não só os alicerces dos Robinson como toda a iniciativa de colonização começam a sair das sombras. Incluindo coisas que podem colocar um fim definitivo na amizade entre o robô alienígena e Will, que continua sendo uma das tramas principais da série.

Mas, não é só de aliens autômatos que são feitos os novos episódios. Nessa temporada, um dos pontos altos do roteiro é o foco nos problemas que um grupo de colonos de poucos recursos precisa enfrentar enquanto está, literalmente, perdido no espaço – indo desde a escassez de recursos até uma estranha bactéria que causa ferrugem instantânea e uma espécie de alga marinha tóxica.

Robinsons mais unidos

Na segunda temporada, a grande diferença é o quanto a família Robinson está unida. E isso se deve ao grande trabalho do elenco: Will está mais desembaraçado e mostra ser a união perfeita entre o intelecto de cientista da mãe e o coração do pai, cujos sentimentos estão aflorados. Mesmo que seu lado soldado da Marinha precise aparecer de vez quando.

Essa química se estende também ao mecânico Don West (Ignacio Serricchio, de Bones), ao novo cientista Ben Adler (JJ. Feild, de Ford vs Ferrari) e também ao robô que passa a ser interpretado por um ator por mais tempo, deixando de lado a CG da última temporada e evidenciando o quanto ele está mais humano em suas formas e pensamentos.

https://youtu.be/GdwrkkwCwAY

A coesão do clã é colocada à prova por novos vilões, mostrando que não necessariamente o melhor da humanidade foi selecionado para colonizar um novo mundo. Mas, é a veterana Parker Posey (Parks and Recreation) quem esta mais à vontade na pele da Dra Smith.

Com momentos nos quais oscila entre anti-heroína a dois passos da redenção e alguém completamente amoral, Posey entrega uma personagem imprevisível e menos caricata do que anteriormente. Alguém que está no controle e se torna uma ameaça a ser considerada, ainda que não seja a única.

Referências e homenagens

Perdidos no Espaço sabe bem quem é seu público. Se por um lado as situações não são nada que já não tenha aparecido em outros filmes e séries de ficção científica, é ao utilizar sabiamente esses elementos que o drama da Netflix acerta.

É o caso do episódio “Scarecrow”, no qual um dos robôs toca o terror na Resolute em tomadas e cortes que são uma clara homenagem a Alien – O Oitavo Passageiro. Já em “Evolution”, Maureen, Adler e Will precisam fugir de criaturas reptilianas durante a noite, em uma alusão clara a Eclipse Mortal.

Com essas referências, mas centrada nas qualidade e defeitos da humanidade – assim como em seus dilemas morais – Perdidos no Espaço se consolida como atração dentro do nicho de séries espaciais e garante seu lugar no coração dos amantes de drama e ficção científica. Nos resta esperar pela renovação e que ela traga um terceiro ano ainda melhor, mas não menos tenso.

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